
Uma mesa com três cadeiras. À direita o Pedro, ao meio a representante da sua editora, e à esquerda Raquel Meirinho. Tenho que voltar um pouco antes, pois quando o Pedro entrou com um lindo fato branco e uma t-shirt preta, os olhares apenas tiveram uma direção…
O livro de poemas “Vou abrir a porta à noite”, foi magnificamente declamado pela Raquel. Curiosamente, como estamos habituados a ouvir as canções onde nos podemos dispersar pelas sonoridades musicais. Assim, apenas com o silêncio entre palavras ditas, os poemas foram muito mais valorizados…Este livro, já contém os poemas do disco novo!
O segundo livro, “Pedro Abrunhosa”, é um cancioneiro das canções do Pedro, que foram magnificamente transcritas para a pauta, por Manuel Dias e Paulo Gravato e que o Pedro não se cansou de os elogiar…
Lídia Jorge e Fernando Alvim, assinam os prefácios.
Chegou o momento mais aguardado, do Pedro assumir a palavra e nós conseguimos registar alguns dos seus comentários, que de seguida passamos a enumerar:
– Canto mal, sou mau pianista, mas aquilo junto, dá qualquer coisa…
O ouvinte ouve em silêncio, e é no refúgio do seu quarto que provavelmente solta algumas lágrimas…A canção tem esse lado subtil e algumas/muitas vezes, tem apenas a duração de três minutos…
E Pedro, continua:
– A arte resgata o silêncio da criação. Todos nós amamos de modos diferentes, da mesma forma, apaixona-mo-nos de formas também diferentes. O autor, vive em dois mundos, já que a criação é hipócrita…
As palavras até podem ser as mesmas, agora a forma como se ordenam é que pode ser diferente…
Como exemplo, sugiro que estejamos atentos à miscigenação que nos afeta direta e indiretamente, e em alguns casos, até toma timidamente, a dianteira nas nossas vidas…
Como não podia deixar de ser, um piano aguardava para ser dedilhado…
Bruno na guitarra, Souto no piano e as “Patricias” não podiam faltar…
Iniciaram com a nova canção, do novo disco “Vem Salvar-me de Mim”. E de seguida uma canção de homenagem ao seu irmão Paulo, autor da maior parte das letras, do seu primeiro disco “Viagens”.
Lembra-me a intencionalidade com que em tempos ouvimos, “Ne Me Quite Pas”, pela voz de Jacques Brel. Sem dúvida que “Será”, é ,uma canção que nunca poderá ficar indiferente a ninguém…
E concluiram com seu grande êxito “Não Posso Mais” ; e assim terminou uma tarde fantástica!
Músico/Colaborador






