A principal novidade é desvendada pelo próprio, “pela primeira vez, junto a minha voz que declama e canta.”
Assim, este “Convite” aos sentidos tem a voz do autor e a participação de Pedro Ladeira e de Custódio Castelo. “Tem a participação do clarinete de Pedro Ladeira e a guitarra portuguesa de Custódio Castelo que assina a produção do trabalho. São dois companheiros, irmãos de música, que fazem parte das minhas afinidades“, diz.
Horácio Carvalhinho, que é seu filho, fez as ilustrações para a capa do CD, com um traço muito próprio, expressando a sua arte.
Viola Beiroa
O músico e professor utiliza frequentemente a Viola Beiroa nas suas composições há mais de uma década.
“A Viola Beiroa surgiu na minha vida em 2012 e, desde aí, faz parte do meu ser artístico tal é o meu envolvimento com o instrumento e a raiz cultural que representa. As guitarras clássicas de 6,8 ou 10 cordas são os meus instrumentos de formação clássica e erudita e que me acompanham diariamente.“
Mas como é a Viola Beiroa?
“A viola beiroa faz parte da família das violas de arame portuguesas. Tem 12 cordas, divididas em 6 ordens de 2 cordas ora uníssonos, ora oitavadas. As requintas são duas cordas, com um cravelhal próprio, que não podem ser pisadas pela mão esquerda e são tocadas livres pela mão direita e o ângulo mais apertado do enfranque são as duas características que diferenciam a viola beiroa das suas congéneres.”
Uma vida na música
Miguel Carvalhinho é professor de Guitarra Clássica na Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco. É licenciado no ensino do português e inglês pela Escola Superior de Educação de Castelo Branco.
Em 1993 entrou no “Conservatoire National de Région d’Aubervilliers – la Courneuve – Paris”, na classe do professor Alberto Ponce. Em 1995 termina o curso superior com a classificação máxima: “Premier Prix à l’Unanimité avec les Felicitations du Jury”. Realizou o “Perfectionement” no referido “conservatoire”. Obteve junto da Universidade de Aveiro, o reconhecimento do nível de licenciatura no ensino da música.
Concorreu ao “Conservatoire National de Musique et Danse de Paris” chegando à final. Frequentou o “6éme année da École Normale de Musique de Paris” com o professor Alberto Ponce onde também aprofundou os conhecimentos de análise musical na classe do professor Pasquet.
Em 2011 concluiu o Doutoramento na “Universidad de Extremadura” apresentando uma recolha, análise e propostas de difusão do repertório de canções da tradição oral das aldeias da serra da Gardunha, no distrito de Castelo Branco.
Em 2023 concluiu um segundo Doutoramento na “Universidad Autónoma de Madrid” apresentando uma tese que defende a inclusão da Viola Beiroa na oferta formativa das escolas do ensino vocacional de música em Portugal. A investigação que tem o foco na revitalização da Viola Beiroa começou em 2012.
Discografia
O músico prefere tocar acompanhado porque ” a música é uma partilha” e tem uma longa carreira. A primeira vez que participou num disco, foi em 1998. Pedimos a Miguel Carvalhinho que nos contasse o seu percurso musical.
“Participei, enquanto músico/compositor/autor, em 3 cds da cantora Cristina Branco:
Post-scriptum de 1998
Corpo Iluminado de 2001
Sensus de 2003
Como músico/compositor em 3 cds do guitarrista (guitarra portuguesa) Custódio Castelo
Tempus de 2003
Inventus de 2013
Maturus de 2016
Em 2002 gravei o CD Espiral com guitarra clássica pela editora Universal.
Em 2005 produzi, realizei os arranjos e gravei, com uma guitarra clássica de 8 cordas, o CD Canção para Carlos Paredes com Luísa Amaro.
Em 2011 produzi realizei os arranjos e gravei, com uma guitarra clássica de 10 cordas o CD Ninho.
Em 2014 gravei em Viola Beiroa o CD Viola Beiroa.
Em 2020 produzi e gravei o CD Viva com a orquestra Viola Beiroa de Castelo Branco.
Em 2021 gravei com guitarra clássica de 10 cordas e viola beiroa duas composições originais contemporâneas no CD Solos entre Amigos de EnriqueMuñoz.
Em 2024 gravei o tema Em Breve, com um poema de António Salvado, no CD Ao pé de Ti de Ana Paula Martins.”
Em 2025, apresenta “Convite”, a que junta, pela primeira vez, a sua voz. É já no sábado, a partir das 16:30, na Casa das Beiras , na Avenida Almirante Reis, número 256, 1ºEsquerdo, em Lisboa.
A entrada é livre.
Jornalista