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Quinta-feira, Outubro 30, 2025

Liga Portugal: Moreirense, 1 – FC Porto, 2 – Gul: Veio do banco o herói improvável

Deniz Gul marcou o golo da vitória do FC Porto em Moreira de Cónegos.  Jogo difícil, muito difícil mesmo, para o onze de Farioli. O resultado (1-2) pode considerar-se justo, mas é de enaltecer a forma como o Moreirense encarou o jogo, tornando-o emotivo até ao apito final.

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Gabri Veiga (FC Porto) e um jogador do Moreirense interpretam estranho bailado. Foto de GONÇALO BRAVO

Não foi um jogo em que a “nota artística”, como diria Jorge Jesus, veio ao de cima. Apesar de ambos os conjuntos terem jogadores com capacidade para o fazerem. Ao invés, foi um jogo de “luta” e “transpiração” e ficou claro desde o inicio que a vitória era o único resultado que servia. O Moreirense não é equipa de empates e o FC Porto tinha contas a ajustar consigo próprio. Deste modo, proporcionaram um espetáculo emocionante, com a imprevisibilidade no resultado até ao fim.

Alberto Costa inicia ataque portista. Foto de GONÇALO BRAVO

Se, em teoria, o jogo era considerado difícil pelo técnico dos portistas, aos 18 minutos ficou ainda mais. O Moreirense marcou, por Alanzinho, com um remate de fora da área, depois de um alívio de cabeça de Bednarek. Caprichosamente a bola ainda tocou de raspão neste mesmo jogador e enganou Diogo Costa.

Em vantagem, o Moreirense “especialista” a ganhar em casa – aí tinha vencido todos os jogos disputados – baixou o seu bloco e procurou gerir o resultado.

O FC Porto, como é lógico, caiu em cima do adversário, dominou o jogo, mas teve poucas oportunidades para igualar.  Tanto pressionou a área dos “Cónegos” que acabou por chegar ao empate através de uma grande penalidade convertida por Samu, mesmo no fecho da primeira parte.

Este tipo de lances geram muitas vezes controvérsia, mas, neste caso, foi uma infração clara, que nem precisava de VAR – embora tenha sido este a dar a indicação ao árbitro para rever o lance – Maranhão, do Moreirense, puxou, de forma bem visível a camisola de Froholdt, impedindo-o de disputar a bola.

Nos segundos 45 minutos, foi o FC Porto que mandou no jogo. Porém, longe das exibições que já vimos fazer nos primeiros jogos do campeonato, teve mais “coração” do que “razão”. O encontrou ficou confuso, pouco inspirado, mas emocionante. O Moreirense defendia -bem – e saía, por vezes, em contra-ataques bastante perigosos. Face a esta boa orgaqnização defensiva da equipa da “casa”, as dificuldades portistas iam aumentando e a urgência do golo obrigava-os a fazer “depressa e bem”. Depressa, faziam; bem é que não. É muito difícil marcar a uma equipa que baixa o seu bloco e defende com qualidade.

William Gomes (FC Porto) teve de ajudar a sua defesa. Foto de GONÇALO BRAVO

Francesco Farioli teve de ir ao banco buscar as suas reservas. E arriscou tudo. Começou com a equipa habitual, sem surpresas, mas lançou Karamoh – jogou pela primeira vez- já tinha trocado Borja sainz por William Gomes – parece não estar bem fiisicamente -, colocando Pepê na ala esquerda. Depois, Mora Gul e Prpic, renderam Pepê, Moura e Gabri. Kiwior passou para lateral esquerdo, posição que não lhe é estranha, mas sentiu dificuldades, cometendo alguns erros.

E foi Gul. O herói improvável que, de cabeça, disse “sim” à bola, atirando-a para o fundo da baliza do Moreirense, aos 88′.

Jogo emotivo até ao fim. Foto de GONÇALO BRAVO

No período de descontos, o Moreirense tudo fez para marcar e , desta vez, foi o FC Porto que teve de baixar para defender e segurar um resultado muito difícil de conseguir, mas de uma importância crucial para manter-se no primeiro lugar da classificação.

Os Treinadores

Vasco Botelho da Costa (Treinador do Moreirense) – “Penalizados por erros individuais”

 “Tento olhar muito pouco para o que é resultado. Tenho de olhar para o processo. Temos 13 golos sofridos, sete de penálti. Não posso dizer que algum deles é mal assinalado. Estamos a ser penalizados por erros individuais. O golo do empate baixou os nossos índices de jogo, a nossa crença. Disse, ao intervalo, que temos de crescer.

Na primeira parte, controlámos tudo o que o FC Porto estava a fazer. O FC Porto tinha mais bola, mas os centrais sobem muito pouco. Controlámos bem o jogo direto e as subidas pelo corredor. Na primeira parte, não vimos um FC Porto avassalador. Foi ingrato o golo do 1-1, mas resulta de um erro nosso.

Também criámos problemas ao FC Porto. Colocámos o FC Porto em sentido na profundidade. Temos de crescer e identificar o que podemos fazer para corrigir esses aspetos. Colocámos o Gilberto Batista para a linha defensiva igualar os dois avançados do FC Porto. O jogo foi decidido num momento em que o FC Porto é muito forte: na bola parada, no duelo. Olhando para a estampa física e para a qualidade dos executantes do FC Porto, estamos em desvantagem.

Quando tivemos calma e coragem, o FC Porto não pôde pressionar da mesma maneira a que está habituado e expor-se tanto. Uma coisa é jogarmos contra um bloco médio e outra é jogar contra uma pressão a campo inteiro. Já tínhamos sido testados em Alvalade nesse sentido. Estamos no bom caminho, mas temos de deixar de fazer penáltis”.

 Francesco Farioli (treinador do FC Porto) –“Muito contente com o Deniz Gul.”

“Sabíamos que era difícil jogar aqui. O Moreirense tinha vencido todos os jogos aqui, num campo não muito grande. É um campo onde é preciso maximizar todas as oportunidades de que dispomos.

Estamos a entrar numa fase diferente. As equipas já temem o FC Porto e começam a defender cada vez mais atrás. No início da época, as equipas tinham mais disponibilidade para nos pressionar. É normal que os jogos fiquem mais equilibrados. Temos de continuar a trabalhar o nosso processo.

Nos últimos jogos, enfrentámos adversários que abdicam da bola. Isso diminui o ritmo do jogo. Temos de encontrar soluções para nos impor aos adversários. Por um lado, temos de estar contentes pelo facto de as equipas jogarem com cautelas frente ao FC Porto. No próximo fim de semana, vamos defrontar um Sporting de Braga que está a “brilhar” na Liga Europa e a crescer no campeonato.

Estou muito contente com o Deniz Gül. Ele precisa de ter confiança. Está a ter cada vez mais minutos e justificou hoje a aposta com o golo para ganharmos.

O Rodrigo Mora está a trabalhar muito. Já o congratulei pela forma como está a treinar-se. Esta equipa vai precisar muito dele ao longo da época, é uma questão de tempo. Hoje, entrou e deu um contributo muito importante. Houve momentos em que perdeu a bola e batalhou para a recuperar”.

Festa portista no segundo golo. Foto de GOÇALO BRAVO

Ficha do Jogo

Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos.

Moreirense – FC Porto, 1-2.

Ao intervalo: 1-1.

Marcadores:

1-0, Alanzinho, 18 minutos.

1-1, Samu, 45+4 (grande penalidade).

1-2, Deniz Gül, 88.

Moreirense: André Ferreira, Dinis Pinto, Marcelo, Maracás, Francisco Domingues (Álvaro Martínez, 73), Stjepanovic, Benny, Alanzinho (Rodrigo Alonso, 81), Cédric Teguia (Gabriel Batista, 81), Yan Lincon (Schettine, 64) e Diogo Travassos.

Suplentes: Caio Secco, Gabriel Batista, Álvaro Martínez, Afonso Assis, Rodrigo Alonso, Jimi Gower, Joel Jorquera, Landerson e Schettine).

Treinador: Vasco Botelho da Costa.

FC Porto: Diogo Costa, Alberto Costa, Bednarek, Kiwior, Francisco Moura (Prpic, 73), Alan Varela, Victor Froholdt, Gabri Veiga (Rodrigo Mora, 58), Pepê (Deniz Gul, 73), Samu (Karamoh, 83) e Borja Sainz (William Gomes, 46).

Suplentes: Cláudio Ramos, Martim Fernandes, Prpic, Pablo Rosário, Eustáquio, Rodrigo Mora, Karamoh, William Gomes e Deniz Gül).

Treinador: Francesco Farioli.

Árbitro: João Gonçalves (AF Porto).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Alanzinho (43), Maracás (45), Borja Sainz (45+6) e André Ferreira (69).

Assistência: 5.658 espetadores.

Peportagem OC: Alberto Jorge Santos ( texto) e Gonçalo Bravo (fotos)

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