O projeto “Estudar a CD9 como nova estratégia terapêutica para a dor neuropática após lesão da medula espinhal”, da autoria de Isaura Martins, foi o grande vencedor da Bolsa para Investigadores em Dor 2025, atribuída pela Fundação Grünenthal em parceria com a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED).
A investigação, desenvolvida na Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa, centra-se na proteína CD9, que poderá desempenhar um papel essencial na forma como o corpo reage a lesões da medula espinhal. O objetivo é compreender o papel da CD9 na inflamação nervosa e no desenvolvimento da dor crónica, abrindo caminho para novas abordagens terapêuticas destinadas a pessoas com lesões medulares.
Como explica a investigadora, as lesões na medula espinhal estão frequentemente associadas a défices motores e dor crónica, com grande impacto na qualidade de vida dos doentes. A CD9 é encontrada em pericitos — células que envolvem os vasos sanguíneos — e em células imunitárias, ambas com relevância na fisiopatologia da dor e da recuperação nervosa.
O estudo pretende, ao longo do próximo ano, aprofundar o conhecimento sobre a função da CD9 e o seu papel na comunicação entre as células imunitárias e o tecido nervoso lesionado, com vista ao desenvolvimento de terapias inovadoras para a dor neuropática.
A equipa de investigação é composta por Dalila Neves-Silva, Isa Mota e Madalena Pires, do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS) da Católica Medical School.
A cerimónia de entrega da bolsa decorreu no X Encontro das Unidades de Dor, no passado dia 18 de outubro, reunindo investigadores e profissionais de saúde dedicados ao estudo da dor.
A Fundação Grünenthal é uma instituição sem fins lucrativos, independente e de vocação científica, que tem como missão promover o avanço do conhecimento sobre a dor, apoiar a investigação clínica e translacional e melhorar a literacia pública sobre este fenómeno complexo.
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