16 C
Porto
19.7 C
Lisboa
19.9 C
Faro
Sábado, Julho 12, 2025

Fórmula 1 – George Russell ( Mercedes) vence no Canadá

O Grande Prémio do Canadá de ontem mostrou-nos uma corrida onde o desgaste dos pneus e a batalha pela conservação dos mesmos se sobrepôs à competição por si mesma. O triunfo foi para George Russell da Mercedes

Mais artigos

Assistimos a uma corrida imprevisível e repleta de drama que viu George Russell converter a sua pole position numa vitória suada, a primeira da temporada para a Mercedes. Numa batalha pouco intensa, sempre atentos às condições dos pneus e às estratégias de paragens nas boxes, o britânico segurou Max Verstappen e acabou por vencer a corrida atrás do safety car, enquanto o seu jovem colega de equipa, Kimi Antonelli, completava um dia de sonho para as Flechas de Prata com um sensacional terceiro lugar.

A história do fim de semana da Mercedes começou no sábado. Sem quaisquer atualizações técnicas reportadas, a equipa focou-se puramente na otimização da afinação do seu monolugar, um trabalho que se revelou magistral. George Russell cravou uma pole position com uma volta sensacional, superando o Red Bull de Max Verstappen, que partiu do segundo lugar. O grande destaque da qualificação, no entanto, foi o jovem prodígio Andrea Kimi Antonelli, que colocou o segundo Mercedes num impressionante quarto lugar, sinalizando desde logo as suas intenções.

A corrida foi um xadrez de alta velocidade. Russell manteve a liderança no arranque, mas a pressão de Verstappen foi implacável durante as 70 voltas. A dupla, apesar de muitas vezes separada por alguns segundos para não sofrer com o ar sujo e com o piloto da Red Bull, também sem novas peças no seu RBPT, a extrair o máximo do seu pacote para desafiar a liderança mas sem sucesso. No final, a resiliência de Russell e a performance do Mercedes prevaleceram, selando uma vitória crucial que injeta uma nova vida na luta pelo campeonato.

Se a vitória de Russell foi a manchete, a performance de Kimi Antonelli foi o grande enredo. O italiano, partindo de quarto, pilotou com a maturidade de um veterano, capitalizando os erros alheios e mostrando um ritmo forte para conquistar o seu primeiro pódio na Fórmula 1. Um pódio duplo para a Mercedes, alcançado puramente com base na excelência operacional e de afinação, envia uma mensagem clara aos seus rivais.

A Aposta Arriscada da McLaren e a Solidez da Ferrari

A perseguição que terminou em abandono por parte de Lando Norris. Foto de F1.COM

A McLaren viveu um dia de sentimentos opostos, que pode ser diretamente ligado à sua estratégia técnica. Lando Norris, que partiu de sétimo, foi o único a testar uma nova suspensão dianteira. O seu ritmo parecia promissor, mas a sua corrida terminou prematuramente com um abandono na volta 66 (DNF), após uma decisão de ultrapassar o companheiro de equipa que resultou num incidente entre os dois. Em contraste, o seu colega de equipa, Oscar Piastri, que optou por manter a especificação anterior, teve uma corrida sólida. Partindo de terceiro, terminou num forte quarto lugar, demonstrando a consistência do pacote base da McLaren, apesar de ficar aquém das expectativas.

A Ferrari, agora com Lewis Hamilton ao lado de Charles Leclerc, teve um dia sólido, mas sem o brilho para lutar pela vitória. Sem atualizações reportadas, a equipa de Maranello pareceu estar um passo atrás de Mercedes e Red Bull no Canadá. Leclerc, partindo de oitavo, recuperou para um respeitável quinto lugar, enquanto Hamilton, que largou em quinto, terminou em sexto, logo atrás do seu companheiro de equipa. Fernando Alonso, da Aston Martin, seguiu-os de perto, garantindo o sétimo lugar.

Batalhas no Meio do Pelotão e Estratégias Distintas

Nico Hulkenberg consegue um satisfatório 8º lugar. Foto de F1.COM

Mais atrás, a luta pelos pontos foi intensa. Nico Hulkenberg (Kick Sauber) e Esteban Ocon (Haas) capitalizaram abandonos e uma boa gestão para terminar em oitavo e nono, respetivamente, provando que a otimização da afinação, como fizeram as suas equipas, ainda rende frutos. Carlos Sainz, agora na Williams, fechou o top 10, conquistando um ponto valioso para a equipa de Grove, que também não trouxe atualizações.
O dia foi de desilusão para vários pilotos. Alexander Albon (Williams) e Liam Lawson (Racing Bulls) juntaram-se a Norris na lista de abandonos. Para a Sauber, a aposta no seu novo pacote aerodinâmico, utilizado por Gabriel Bortoleto, ainda não se traduziu em pontos. O brasileiro terminou em 14º, mas a equipa terá certamente recolhido dados cruciais para
continuar a desenvolver um conceito que parece promissor.

Em suma, o Canadá ofereceu-nos uma corrida espetacular que baralha as contas. A Mercedes provou que não precisa de um grande pacote de atualizações para vencer quando acerta na afinação, Russell demonstrou a sua classe sob pressão, e o mundo da F1 testemunhou a chegada de uma nova estrela ao pódio. A questão que fica é: será esta a verdadeira ressurreição da Mercedes, ou foi Montreal apenas um vislumbre fugaz do que poderiam ser? A próxima corrida na Áustria o dirá.

- Publicidade -spot_img
- Publicidade -spot_img

Artigos mais recentes

- Publicidade -spot_img