Um empate com sabor amargo para as hostes portistas, mesmo tendo sido contra o Manchester United. Compreensível, uma vez que a equipa conseguiu o 3-2, depois de ter estado a perder por 0-2.
Percebe-se, claramente, que os dragões estão em reconstrução. É um processo que pode demorar algum tempo e, até lá, a inconsistência pode ir fazendo “estragos”. E tem feito. Se na Liga Portugal vão sendo disfarçados pela qualidade individual dos jogadores, nas Competições Europeias tudo fica mais difícil.
Em Bodo e, agora em”casa”, foi evidente a dificuldade da equpa do FC Porto em equilibrar-se A atacar e a defender. Com uma organização mais consistente, a formacão “azul-e-branca” teria argumentos para vencer os dois encontros.
O FC Porto tem jogadores de qualidade e – finalmente – um ponta-de-lança “matador”, o que já não acontecia há algumas épocas. Pode justificar-se a idade – a maioria não tem mais de 22 anos – mas, em campo, ao nível individual, dão sempre conta do recado e estão comprometidos totalmente com a equipa.
O que falha é o bloco, a consistência. Em certas alturas, é preciso “congelar” o jogo, gerir com bola e reagir, de forma organizada, à perda dela. Nesses momentos, o conjunto vacila, desorganiza-se e, habitualmente, sofre golos.
Ontem, foram claríssimas as sitações que descrevemos acima. O desequilíbrio que permitiu aos ingleses colocarem-se em vantagem e emptarem no minuto final do tempo de compensação. E também a capacidade coletiva e individual do FC Porto para atacar – sim, a equipa ataca muito melhor do que defende – e colocar-se em vantagem. O “tudo ou nada” é interessante em termos de espetáculo, mas sob o ponto de vista dos resultados pode ser ingrato. E ontem foi.
Temos lido algumas críticas aos jogadores e ao treinador. Totalmente injustas na nossa opinião. Têm qualidade, estão focados e levam o esforço ao limite. Quanto ao treinador, é o primeiro a assumir que está a iniciar uma carreira e que comete alguns erros. Com certeza que os portistas compreendem a situação do clube e sabem que está a ser reconstruído a vários níveis, incluindo o técnico. Sem perder identidade, o que é importante notar
Em suma, a equipa portista tem qualidade e sabe o que quer. Resta conseguir o equilibrio, a consistência e poderá dar grades alegrias aos seus adeptos. Que poderia ter sido ontem. E, convenhamos, com crise ou sem ela, o Manchester United é sempre o Manchester United. Tal e qual o FC Porto.
Jornalista