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Sábado, Julho 12, 2025

Eufémia : Cravo e Guitarra Elétrica – Por António Ferro

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 Fui visitar o meu amigo Francisco Vaz da Silva a Aveiro, uma cidade fantástica, com todos os “ingredientes” para ser uma das melhores da Europa. É claro que houve um desenvolvimento gigantesco, quem como eu viveu aqui há trinta anos, nem a reconhece…

Fui à Fnac e deparei-me com a apresentação do duo musical denominado “Eufémia”, António Figueiredo no Cravo e Tiago Nóia na guitarra elétrica.

Iniciaram a sua apresentação com um tema de Carlos Paredes, no segundo tema viajámos até a África, embora sendo um tema original. O terceiro não reconheci…Desculpem, a introdução enganou-me, é o “Cantar Alentejano”, uma canção dedicada a Catarina Eufémia de José Afonso. Morta a tiro no Alentejo numa carga policial que dispersava um protesto operário, tornou-se mártir da luta popular contra o regime de Salazar. Foi imortalizada em poemas de Sophia de Mello Breyner e Ary dos Santos e nesta canção de José Afonso.

Seguiu-se um tango e uma bonita canção onde o cruzamento dos instrumentos foi perfeito, com influência de Leonard Cohen, conseguiram trazer-nos a mística tão própria das suas canções, simples e bonito!

Depois, um tema de Otávio Sérgio (acompanhante de Carlos Paredes). É curioso que esta combinação tímbrica entre o cravo a guitarra elétrica, é deveras curiosa e singular…Seguiu-se a “Inquietação” de José Mário Branco. Que saudades das horas de estúdio que passei com ele…Um dia escreveu um arranjo para uma canção do Vitorino, onde tive de gravar oito baixos!!! O José Mário, no meu entender, foi o melhor arranjador musical que conheci, simplesmente genial! Bem, voltemos à Fnac de Aveiro e para terminar a canção do José Mário, um excelente solo de guitarra elétrica!

Um tema minimalista, com a mão direita do cravista num obstinado como se nada houvesse ou existisse à sua volta…

Os “Eufémia” não gostam de redes sociais e trouxeram cartões para oferecer ao público. Para terminar em bem, nada melhor que os “Verdes Anos” do único e peculiar Carlos Paredes.

Fiquei admirado com este duo de uma combinação e entrosamento fora do vulgar, Parabéns!

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