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Segunda-feira, Maio 12, 2025

Controlo biológico da acácia em estudo na Universidade de Coimbra

Uma investigação liderada pela Universidade de Coimbra confirma que a vespa Trichilogaster acaciaelongifoliae, usada no combate à acácia-de-espigas, não causa efeitos negativos sobre espécies nativas, três anos após a sua introdução em Portugal continental.

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A segurança ecológica do primeiro agente de controlo biológico da acácia (Acacia longifolia) em Portugal continental foi confirmada num estudo da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), recentemente publicado na revista Restoration Ecology. O trabalho, liderado por Francisco López-Núñez, investigador do Centro de Ecologia Funcional (CFE) da FCTUC, é considerado um marco no acompanhamento pós-libertação de agentes de controlo biológico.

A vespa Trichilogaster acaciaelongifoliae é originária da Austrália e foi libertada em Portugal em 2015. Este pequeno insecto atua nos botões florais e vegetativos da acácia-de-espigas, formando galhas que impedem a sua reprodução e crescimento. “A Trichilogaster acaciaelongifoliae é uma pequena vespa nativa da Austrália, que atua depositando ovos nos botões florais e vegetativos da acácia-de-espigas, formando galhas que interrompem a sua capacidade de reprodução e dispersão de sementes e crescimento, respetivamente. Após extensivos testes de especificidade, este agente de controlo biológico foi selecionado e libertado em 2015 em vários locais do litoral português”, explicou Francisco López-Núñez.

Três anos após a introdução do agente, uma equipa da FCTUC e do Instituto Politécnico de Coimbra analisou redes tróficas envolvendo 154 espécies de plantas, cerca de 45 mil galhas e 11 mil insetos. Através deste estudo, verificou-se a ausência de efeitos negativos, diretos ou indiretos, em espécies não-alvo, reforçando a eficácia e segurança do método.

“A ausência de efeitos não desejados sobre outras plantas e insetos nativos é um sinal muito promissor. Este é um passo pioneiro na Península Ibérica, e muito importante para aumentar a confiança no uso sustentável do controlo biológico na conservação da natureza. Este estudo reforça a importância da monitorização a longo prazo e demonstra que é possível avaliar detalhadamente as interações ecológicas geradas por agentes de controlo biológico”, concluiu o investigador.

OC/AM

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