Como é do conhecimento público a Rádio Festival, uma das mais populares da cidade do Porto, foi adquirida pela CMR.
Alberto Rocha, seu diretor, um entusiasta da cultura popular e amante de fado, realizou alguns espetáculos de sucesso, sempre para um grande público, sobre Amália Rodrigues e Max, entre outros…
O espetáculo teve como base um quarteto de músicos que acompanhou a maior parte dos artistas e que a sua competência, mestria e profissionalismo, obrigam-nos a referenciá-los: 1ª guitarra portuguesa – Armindo Fernandes, 2ª guitarra portuguesa – João Martins, viola de fado – Tiago Rocha e no baixo o Sérginho.
A primeira e muito justa homenagem, foi para a fadista – Florência.
Como imagem de fundo, lá esteve a grande fadista do Porto. Temos que realçar que as imagens de fundo que acompanharam todo o espetáculo, foram de uma acutilância, digna de louvores. E coube o fadista Rui Vaz, fazer o abrimento do certame, com dois fados popularizados por Florência. “Maria Trapeira” e “Rosa Branca”.
Seguiu-se a fadista Sandra Cristina, que trouxe um vestido que deslumbrou e ofuscou o público presente! Uma grande fadista tripeira que é muito apreciada no norte. Diego Rocha, foi o próximo fadista, com uma voz arrebatadora, mas com uma forma de cantar um pouco contra o tempo…Nós sabemos que o grande Carlos do Carmo, tinha por mania atrasar as suas entradas nos fados, mas achamos que o Diego exagerou um pouco… Aplauso para os músicos que se aguentaram muito bem, com revelação para o baixista, pois é ele quem marca o tempo…
E o primeiro prémio teve espaço de antena.
O prémio de revelação, foi entregue muito justamente a Maura Airez que se fez acompanha pelos seus dois músicos, onde forçosamente temos que realçar o fantástico som da viola, no nosso entendimento, o melhor som de viola de fado, que ouvimos em toda a noite.
Chegou a altura de homenagear o maior guitarrista de todos os tempos – Carlos Paredes. Subiram ao palco Miguel Amaral na guitarra portuguesa e João Moutinho, na viola de fado e interpretaram dois temas.
Curioso, todos os artistas apenas interpretaram dois fados…E não podia faltar o tema “Verdes Anos”, um nstrumental inserido no filme, com o mesmo nome, de 1963 de Paulo Rocha. Beatriz Felizardo entrou para triunfar, primeiro com o fado “Grito Final” e depois conquista o público a marcha “S. João Bonito”. O público que anteriormente já tinha aderido à cantoria, aí deu-se a explosão, com o Coliseu do Porto, em viva voz a acompanhar a fadista.
O fado de Coimbra fez-se representar, pelo grupo “Cantar do Rio”. Iniciaram a sua atuação, com a canção que mais versões tem mundialtamente; “Coimbra”, ou “Abril em Portugal” e para terminar, muito bem escolhido o seguinte fado – “Balada da Despedida”, …Coimbra tem mais encanto, na hora da despedida…, e uma vez mais o público foi soberano!
Os fados “Restia de Sol”, e “Suplica” foram interpretados pela experiente e clamorosa Alexandra (que lindo vestido!). Aliás, todas as mulheres, se apresentaram com lindos vestidos! E chegou a hora do merecido intervalo (para mudar a água às azeitonas…).
No início da segunda parte uma “guitarrada”, mais que merecida aos excelentes músicos residentes, desta noite glamorosa…
Lara Afonso, presenteou-nos com a “Casa Portuguesa”.
O poeta José Luis Osório, foi justamente homenageado e no final recitou um poema infelizmente, sobre um tema demasiado atual – a Guerra! Foi-lhe atribuído o “Prémio Joel Pina”, o melhor baixista de fado de sempre, em Portugal. De seguida, o quarteto residente, acompanhou Marla Amastor, mais uma grande fadista! Maria Amélia Proença, arrecadou o merecido prémio de carreira. E cantou-nos dois fados, ao seu jeito muito peculiar…
Desculpem-nos o Camané e o Pedro, mas este irmão Hélder é o verdadeiro fadista! Uma voz única e uma interpretação pessoal única, o fadista perfeito!
Hélder Moutinho, com a sua voz pujante e possante conquistou num ápice o público mais que rendido às suas interpretações…
O prémio de 25 anos de carreira, foi entregue por Alberto e Lara a Kátia!…
Kátia Guerreiro, justificou, porque é neste momento a fadista com maior projeção mundial no fado (pena foram as calças, ainda não estamos habituados às calças nas fadistas…Mas eram lindíssimas!…)
A iniciativa da Correio da Manhã Rádio, não poderia ter corrido melhor e uma vez mais, não nos cansamos de repetir, foram felizes em manterem a aposta no Alberto Rocha.
Quase a terminar os “Caretos de Podence” irromperam pelo coliseu, com os seus chocalhos ruidosos e as suas máscaras típicas. Não referenciámos, porque não entendemos, qual a relação com o fado…
Músico/Colaborador






