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Sábado, Abril 19, 2025

Associação ambientalista alerta para impactos da nova estratégia da água

A WWF Portugal - World Wide Fund for Nature considera que a estratégia “Água que Une” apresenta fragilidades ao nível do financiamento e da sustentabilidade ambiental. A organização defende alternativas mais equilibradas e alerta que a proposta nacional não está alinhada com os objetivos europeus para a gestão da água.

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A nova estratégia hídrica prevê um investimento de cinco mil milhões de euros, mas a WWF Portugal alerta que apenas 2 mil milhões de euros estão supostamente disponíveis, e mesmo esse montante não está garantido.

Para Catarina Grilo, diretora de Conservação e Políticas da WWF Portugal, “esta é uma estratégia que se pretendia estruturante, que exige um consenso alargado e um compromisso de longo prazo, algo que não está garantido. No atual contexto geopolítico e económico, onde outros investimentos públicos são essenciais, como a redução de perdas na rede, permanecem sem financiamento assegurado, esta decisão parece irresponsável”.

A organização critica a prioridade dada à expansão do regadio, alertando para os riscos ambientais e económicos dessa opção. Em vez disso, defende “a diversificação agrícola e o incentivo a culturas mais eficientes em termos de consumo de água, alinhadas com as condições ambientais locais, como culturas tradicionais ou sustentáveis”.

Manuela Oliveira, coordenadora de Água da WWF Portugal, sublinha que “o caso da barragem do Pisão já demonstrou que a União Europeia não irá financiar novas grandes barragens, colocando ênfase na necessidade dos estados-membros de libertarem os seus rios de barreiras obsoletas, algo que Portugal não tem vindo a realizar, encontrando-se muito aquém, por exemplo, da vizinha Espanha”.

A WWF Portugal considera que “a aposta excessiva nas chamadas infraestruturas cinzentas e noutras opções económica, social e ambientalmente irresponsáveis, contraria os princípios de desenvolvimento sustentável e uma gestão equilibrada dos investimentos públicos”. A organização apela a uma revisão do plano, reforçando que “o futuro do país não pode ser hipotecado por decisões apressadas e que colocam em risco o nosso bem mais precioso – a Natureza”.

OC©

Foto | ESTÚDIO PIXBAY

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