A icónica banda portuguesa Táxi celebraram 45 anos de carreira com um concerto especial que encheu o Coliseu, numa noite marcada pela revisitação de clássicos, momentos surpresa e uma energia que comprovou a vitalidade da histórica banda portuense.
Antes da atuação principal, o público foi recebido por Gohu, artista português em ascensão, cuja fusão entre emoção e eletrónica deu início à celebração.
Acompanhado em palco pelo produtor e guitarrista Emerson Martins, Gohu apresentou um espetáculo que refletiu a estética moderna, cinematográfica e emocionalmente crua que tem vindo a definir a sua identidade musical. Após duas décadas a viver entre o Brasil e os Estados Unidos, o músico regressou recentemente a Portugal, trazendo consigo influências recolhidas ao longo de um percurso internacional que incluiu colaborações e gravações em diversos países, como Japão, Coreia do Sul e Austrália. Parte desse universo sonoro poderá ser ouvida no disco que prepara para 2026.
Entre os temas apresentados destacou-se “Sol Nascente”, gravado no Japão, evocando recomeços e a projeção de um futuro esperançoso. A atuação revelou também o lado mais descontraído do artista, nomeadamente com “Chocapic”, canção inspirada no regresso às origens e no valor das pequenas coisas do quotidiano, depois de tantos anos fora. A história que antecedeu o tema arrancou gargalhadas ao público, que rapidamente adotou o refrão simples e contagiante. A prestação terminou com “Vai Ficar Fixe”, reforçando a versatilidade e o apelo pop de Gohu.
Este alinhamento enérgico, preparou o público para a celebração que se seguiria.
Com a plateia já aquecida, os Táxi — uma das bandas mais incontornáveis do rock português — subiram ao palco, ao som de “Páginas Amarelas”, para celebrar uma história que atravessa mais de quatro décadas. Formados no Porto no final dos anos 70, os Táxi marcaram de forma decisiva a música nacional a partir de 1981, ano em que lançaram o seu álbum homónimo, o primeiro disco de ouro do rock português. No ano seguinte, consolidaram esse estatuto com “Cairo”, também disco de ouro, cuja emblemática capa em lata rapidamente se tornou objeto de culto.
Seguiram-se “T.V.W.C.”, “Cairo”, cujo videoclip foi gravado no “Elefante Branco”, continuando a percorrer alguns dos maiores sucessos do seu repertório, entre eles “Rosete”, “Fio da Navalha”, “Sing Sing Club”, “Às dos Flippers” e “Vida de Cão”, canções que continuam a ecoar junto de várias gerações de ouvintes. O concerto integrou ainda arranjos especialmente preparados para esta comemoração com metais e a presença de um coro infantil que acrescentaram novas camadas sonoras ao espetáculo.
Durante o concerto, destacou-se ainda a participação vocal de Daniela , que subiu ao palco para interpretar “Meu Manequim”, enriquecendo a performance com um momento emotivo que não passou despercebido ao público.
Com esta celebração e já com quase meio século de carreira, os Táxi reforçaram o seu estatuto como uma das bandas mais emblemáticas do rock português e mantêm uma referência intemporal, capazes de inspirar novas gerações. A noite serviu não apenas para recordar uma carreira iniciada no final dos anos 70, mas também para evidenciar que o grupo continua em plena forma, com um som que a própria banda descreve como “o melhor de sempre”.
Fotógrafo/Editor/Engenheiro Eletrotécnico
