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Quinta-feira, Dezembro 5, 2024

Utentes e ambulâncias no Grande Porto recorrem a urgências fora da sua área por “engano” ou “medo”

A reorganização das urgências tem criado confusão junto de quem opera ambulâncias e utentes traduzindo-se no recurso a hospitais fora da área de residência por “engano” ou “medo”, relataram hoje fontes de hospitais do Grande Porto.

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Na sexta-feira recebemos duas grávidas em trabalho de parto do Hospital de Santa Maria da Feira. Uma por volta das 14:00 e outra por volta das 19:30”, descreveu fonte do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E).

Estes episódios aconteceram num dia em que o mapa nacional de reorganização dos serviços de urgência publicado pela Direção-Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) apontava que os constrangimentos na Feira só começariam a partir de sábado.

A mesma fonte indicou  que foi, aliás, contactado o hospital de Santa Maria da Feira para perceber se algo contrário à diretiva da DE-SNS se passava, logo o encaminhamento estaria a ser feito automaticamente para o CHVNG/E, tendo-se confirmado que não.

“Tanto a pediatria como a obstetrícia estavam abertas porque os colegas ligaram para lá e confirmaram que estavam”, referiu a fonte.

A chegada de ambulâncias a hospitais fora da área de residência do utente está a acontecer por “engano”, somando-se relatos de utentes que escolhem, por sua iniciativa, urgências de centros hospitalares centrais por “medo” que nos seus concelhos essas estejam fechadas.

Os episódios com ambulâncias não são significativos, mas há doentes de fora a vir ao Hospital de São João pelo próprio pé”, disse à Lusa fonte do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto.

Nos últimos dias a urgência de pediatria está com um aumento de 30% na média diária”, referiu.

Dezenas de hospitais do país estão a enfrentar constrangimentos e encerramentos temporários de serviços devido à dificuldade das administrações completarem as escalas de médicos, na sequência de mais de 2.500 médicos terem entregado escusas ao trabalho extraordinário, além das 150 horas anuais obrigatórias, em protesto após mais de 18 meses de negociações sindicais com o Governo.

Esta crise já levou o diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, a admitir que este mês poderá ser dramático, caso o Governo e os sindicatos médicos não consigam chegar a um entendimento.

Na sexta-feira, a DE-SNS divulgou uma nova deliberação, divulgada já por O Cidadão que define os encaminhamentos em caso de constrangimentos nos serviços de urgência de cada hospital, um novo plano de reorganização das urgências que abrange mais de 35 pontos de várias especialidades no país, que vão funcionar com limitações entre hoje e 25 de novembro.


 

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