Antes de mais, excelente ano para todos, todas, Todes.
Vamos ao que interessa: por que carga de água tudo tem de ser politizado, neste país? O PS e o PSD, em Portugal, estão à beira de um ataque de nervos, não só a nível nacional, mas também municipal e regional. O BASTA e a Iniciativa “Liberalizada”, aos poucos, vão toldando a mente de cada um que vota, de forma a que, a Abstenção seja o maior partido nacional.
Assobiam para o lado, como se tudo estivesse bem, mas sabemos que não é assim. Estão completamente desfasados da realidade. O cenário político, no país, é ajustado às suas qualidades endógenas. O CDS (PP para alguns, de Paulo Portas) pagou o preço. Este PP (pai do Jornalixo político) fugiu e deixou órfão toda a comunicação, que granjeou, desde o Independente.
Este foi o coveiro do CDS e de parte da democracia atual. Saiu de submarino, em águas profundas, e ninguém conseguiu pôr a vista em cima, coisa que, nunca aconteceu quando era diretor do jornal. Agora, a TVI ressuscitou-o ao “7º dia” e dá-lhe o palco que faltava. O CDS, que admirava, de Adriano Moreira, pelos princípios fundadores, pagou um preço alto que derivou da incompetência dos seus quadros, que mais não fizeram do que situar-se na tão “malfadada” Função Pública, que a todo o custo tentaram reduzir, de forma encapotada, mas que aproveitaram até ao tutano.
O CDS arrumado e absorvido pelos arautos do liberalismo (hoje, às turras) resta-nos um PSD fragmentado, com o propósito tacanho e bacoco do seu ex-presidente rr, que mais não soube do que dividir para reinar. Aliás, em letras minúsculas o nome deste pequeno político, que foi seguramente o mais tacanho e atrasado de toda a história da cidade do Porto. Imaginem se fosse Primeiro Ministro? Não darei mais para esse peditório, triste e cinzento.
A esquerda afunda-se em dogmas e lideranças que não aumentam a esperança dos portugueses. O meu partido é o SNS, que deve ser promovido como um serviço inalienável de e para todos os portugueses. Só entendemos a magia da infância, quando nos tornamos crescidos. É tão bom acreditar no pai Natal. É tão bom acreditar que a vida não tem fim. Era tão bom não precisar de ir a um hospital! Na infância, é quase tudo bom, quando somos felizes. Mas a história que gostaria de contar, é que: Era uma vez um miúdo, que sonhou ser médico. Não, não era um médico qualquer, seria um excelente médico. A sua infância, no Porto, Ramalde, prometia um caminho, na medicina, com sucesso e esplendor. Todos os meus amigos afirmam “é um grande médico, mas a política estragou o seu potencial”.
Pois é, na verdade esta proposta de vida seria alterada pela política e pelos políticos. Raios, outra vez os políticos… As vezes reflito, os motivos de alguém deixar uma profissão nobre e dedicada à causa publica, em troca de lentilhas, – vulgo lugares políticos – que se esfumam e lhes dão a espuma dos dias de forma volátil e impiedosa. Relembro que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “era” uma estrutura na qual o Estado assegurava o direito à saúde (promoção, prevenção e vigilância) a todos, todos, todos os cidadãos portugueses. Agora, acrescento…naturalizados em 18 dias, também.
Data de 1979 a sua criação, após terem reunido as condições políticas e sociais provenientes da reestruturação política portuguesa da década de 70. Os objetivos, entre outros “ é a persecução, por parte do Estado, da responsabilidade que lhe cabe na proteção da saúde individual e coletiva e para tal está munido de cuidados integrados de saúde, nomeadamente a promoção e vigilância da saúde, a prevenção da doença, o diagnóstico e tratamento dos doentes e a reabilitação médica e social”.
Nos últimos anos, fruto dos tempos e de cabeças pensantes, onde no falhanço irresponsável, sabem que o Estado paga tudo com impostos, percebemos uma mudança significativa: as PPP´s; a transferência generalizada dos Hospitais das Misericórdias; a criação do estatuto do SNS; publicação da Lei de Bases em Saúde; transformação do estatuto jurídico dos hospitais públicos para SA (depois para EPE) e a construção de novos hospitais. Relembro que a OMS considerava o nosso SNS o 12.º mais eficiente sistema de saúde do mundo.
Quando somos os melhores em alguma coisa… ou privatizam ou estragam. É a nossa sina e a nossa infelicidade, como portugueses. Espero que este Ministro tenha a decência de pensar num país pobre (3 meses que faltam) e com muita gente a precisar de um SNS cuidador, porque nunca é tarde para ter uma infância feliz. Infelizmente, asseguro, se nada for feito, ficará com o cognome de “O Coveiro do SNS”. Não gostará.
Bom natal e excelente ano. Um enterrou parte da democracia o outro arrisca a ser o coveiro do único legado que ainda temos do 25 de Abril, além da liberdade. Aguardemos por 2024!
Doutorado em Ciências da Informação (Sistemas e Tecnologias). Autor do Livro: Governação e Smart Cities, editado em 2019. Docente na Atlântico Business Scholl. (Facebook/Insta/email): Amaro F. Correia(1@gmail.com)

Docente na Atlântico Business School/Doutorado em Ciências da Informação/ Autor do livro ” Governação e Smart Cities”