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Quarta-feira, Janeiro 15, 2025

TSF: Direção demite-se em bloco

Após três meses da tomada de posse, a direção da TSF demitiu-se. O motivo é a redução do número de trabalhadores, anunciada pela administração da Media Capital Group (MCG)

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Rosália Amorim, diretora de informação, Rui Gomes, diretor-geral e Artur Cassiano, subdiretor, abandonaram funções. Segundo o +M, do jornal Eco, o CEO do grupo, José Paulo Fafe, confirmou que da TSF vão sair cerca de 30 trabalhadores, um número que, segundo os diretores demissionários, não permitirá a concretização do projeto a que se tinham proposto.

Segundo o Observador, a comissão de trabalhadores da TSF,em comunicado,  confirma que foi informada do pedido de demissão por parte da direção da rádio. Depois da reunião entre a comissão de trabalhadores da TSF e a administração do Global Media Group, a TSF reúne a assembleia de trabalhadores esta quarta-feira, altura em que serão comunicadas as informações recolhidas sobre pagamentos, plano de saídas e eventual despedimento coletivo “num quadro que, a administração insiste, é de grave situação financeira”. Adianta o jornal Observador.

A administração já terá dado conhecimento das demissões, ainda não aceites, à Comissão de Trabalhadores da rádio.

 

O Comentário – Por Alberto Jorge Santos

O processo de despedir pessoas violenta, destrói e traumatiza quem tem de abandonar o local de trabalho. E causa um grande impacto negativo nas suas famílias. Grande parte das administrações, esquece-se de que está a lidar com pessoa, com famílias s e não com números. Apoiando-se no argumento de que a” a situação financeira é grave”, afastam os trabalhadores que são os mais úteis à empresa e os menos responsáveis pelo estado a que esta chegou. Talvez uma melhor gestão evitasse  o ponto de rotura. Mas a isso fazem tema tabu. A corda parte sempre pelo elo mais fraco.

Tratando-se de jornalistas – e não ignoremos que há muitos no desemprego e, mesmo em funções, vivem  situação precárias, obrigados a cumprir agendas – geralmente os mais experientes são as vítimas, a credibilidade da profissão fica em risco e a liberdade de informar também. Sendo as empresas de comunicação social, atualmente, geridas por meros iinteresses comerciais, esquecendo, tantas vezes, que os jornalistas têm um Código Deontológico a cumprir e que existe uma Lei de Imprensa, o problema é muito grave e pode pôr em causa a estabilidade democrática, numa altura em que a manipulação e as “fake news” são uma permanente ameaça. 

Os jornalistas – com congresso marcado – precisam de analisar muito bem a sua função na sociedade e perceberem se faz sentido exercer a profissão da forma como hoje o fazem. Se não forem os jornalistas e resolver a crise na profissão, podem ficar cientes de que os poderes instituídos não o fazem. Porque não lhes interessa. Ter a imprensa “na mão” é o sonho de qualquer político.

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