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Quinta-feira, Dezembro 5, 2024

Sr. Rui: um homem do povo – Por António Ferro

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António Ferro
António Ferro
Músico/Colaborador

Foi com curiosidade, devotação, desvelo e esmero que visionei a série televisiva “O Sr. Rui” da TVI. Curiosidade porque achei que o meu amigo Zé Raposo, com quem tive o privilégio de trabalhar na revista “O Estádio da Nação”, iria fazer o excelente papel, desse grande Homem, grande Pai, grande empresário, grande amigo das suas gentes, grande amigo da sua terra natal – Rui Nabeiro.

E devotação porque em 28 de fevereiro de 1899, nasceu em Campo Maior, outro grande homem, o meu querido avô – Manuel Ferro. Foi o meu maior exemplo de vida! Com ele aprendi: a ler, a escrever, a respeitar os outros, a ser educado, em suma – ser um homem!

Esta, foi a melhor série televisiva que assisti em toda a minha vida! A criteriosa escolha de atores, o papel de Rui Nabeiro é interpretado por três atores diferentes. Salvador Pires, Afonso Lagarto e José Raposo protagonizam a vida do comendador na infância, juventude e já adulto, respetivamente.

Também Alice, a sua mulher, foi interpretada por três diferentes atrizes, Lara Chelinho, Ana Guiomar e Carla Andrino. Os atores Ricardo Raposo e Diana Marques Guerra deram vida aos filhos do comendador, João Manuel e Helena Maria.

O papel do neto, Rui Miguel, foi desempenhado por Diogo Lopes. O ligeiro sotaque alentejano dos atores, sem exagero na pronúncia, são a prova da subtileza que nos acompanha ao longo desta série. Os dois episódios revelam diferentes momentos da vida de Rui Nabeiro. A morte do seu pai aos dezassete anos, a guerra civil em Espanha, o cargo de Presidente da Câmara antes e depois do 25 de Abril, a ligação a Angola e Timor e a sua excelente proximidade com o povo.

Com a autoria de Manuel Arouca, Sara Rodi e Vera Sacramento, tem como realização – Leonel Vieira, o mesmo de filmes e séries como “O Leão da Estrela”, “O Crime do Padre Amaro” e “O Pátio das Cantigas”. A escolha de imagens, lembram-nos “aguarelas” alentejanas…Excelente realização! Com produção da Coral Europa para a TVI, retrata a vida do menino sonhador, criado no Alentejo rural nos anos da ditadura, foi também o jovem habilidoso que vingou no contrabando, o homem visionário que expandiu internacionalmente o seu pequeno negócio de café, o político que criou inimigos e se viu a braços com a justiça, o homem condecorado Comendador.

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Direitos Reservados

Os livros de gestão escritos em Portugal, não poderão nunca ignorar Rui Nabeiro. E o seu exemplo de relacionamento com os seus funcionários, a sua segunda família.
Quero agradecer à TVI por ter acolhido e incentivado este projeto. Um exemplo de vida, de liderança e de humanidade.

Como fujo de alguns canais que apenas apresentam violência e mais violência, esquecendo outros exemplos de vida…Um senhor que aos noventa e dois anos, fez a meia-maratona de S. Francisco, levando cerca de sete horas entre o correr e o caminhar, ou, a “camioneira”, com oitenta e três anos, que não deixa de conduzir o seu camião TIR pelas estradas do Brasil, mas essas notícias não são relevantes, não têm “sangue”…


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