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Quarta-feira, Janeiro 15, 2025

Seria simples proteger património cultural se… – Por Hugo Aluai Sampaio

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Hugo Aluai Sampaio
Hugo Aluai Sampaio
Arqueólogo, Professor Universitário

 

O Património Cultural é de todos e para todos. Como tal, cabe-nos, sem exceção, primar pela sua defesa e conservação. Eu, enquanto cidadão comum, não tenho ao alcance os mesmos meios que aqueles que, por razões mais diversas, foram escolhidos para representar os cidadãos.

Não querendo entrar em questões políticas, é evidente que cargos com poder de gestão e de decisão, cuja direta relação ao aparelho central (sejam eles de esquerda, de centro ou de direita) é conhecida (e seja sob a forma de junta de freguesia, de autarquia ou mesmo o próprio governo), têm ferramentas que, quando bem manuseadas, fazem diferença no quadro da preservação e da defesa patrimonial.

Mas não só. Estratégias políticas bem delineadas de promoção e de divulgação do património cultural consolidam o cartão de visita de um destino, pois permitem trabalhar aquilo que é a sua identidade local. Por detrás disto surge uma das motivações maiores que visitantes e turistas procuram saciar: conhecer e consumir cultura.

Há muitas forças que afrontam o Património Cultural. O tão desejado progresso, amplamente ligado ao lobby da construção, será talvez o mais voraz. A lei existe. A fiscalização também. Pelo menos na teoria. A diferença reside, precisamente, entre a malograda diferença entre a teoria e a prática: isto é, fazer com que, na prática, respeitam e implementam certas “ferramentas” (lei e fiscalização).

Mas há outras (ferramentas). O bom senso, a ética e a moral, os valores e os princípios, ou a própria cidadania. Mas essas, inevitavelmente, não são inócuas àquilo que cada um de nós é. A gestão, a política ou o planeamento, por exemplo, resultam de pessoas e, por isso mesmo, são dependentes de vontades, de expectativas, de interesses ou prioridades.

Independentemente de tudo isso, o coletivo deveria sempre falar mais alto. O que vamos vendo, infelizmente, é o primado do individualismo, centrado nos interesses de minorias, onde todos ficamos a perder. Afinal de contas, o Património Cultural é de todos porque tem um pouco de todos nós, do passado à atualidade.

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