O Cidadão (OC): Podes apresentar-te aos nossos leitores?
Serena Kaos (SK): Sou a Serena Kaos, escrevo canções, canto e toco piano. Comecei a aprender música aos 6 anos, a fazer parte de bandas de garagem aos 16, a trabalhar na música em part-time aos 18 e em full-time aos 22.
Lancei o meu primeiro álbum de originais no ano seguinte, 2019, com a banda Soma Zero, e o primeiro EP a solo o ano passado, 2023.
OC: Como surgiu a música na tua vida?
SK: Sempre tive um fraquinho por ela, quando mal sabia falar já trauteava canções inventadas, sem saber que era preciso criar uma letra.
A minha mãe foi professora de piano, nós tínhamos um piano em casa e decidiu-se que eu começaria a aprender o instrumento aos 6 anos. As aulas nunca me interessaram, talvez por se tratar de música clássica, um estilo famoso por não instigar a criatividade, mas era comum imaginar-me em palco a cantar as minhas músicas favoritas dos Depeche Mode.
Aos 16, desisti das aulas de piano e uns amigos convidaram-me para ser a cantora da banda de garagem deles – eu aceitei de imediato. Aconteceu em boa hora, pois nesse ano começou um período “negro” de adolescência, durante o qual os ensaios foram o meu oásis. A partir daí, agarrei a música com unhas e dentes.
OC: Como surgiu o teu nome artístico?
SK: Pensei em “Serena” primeiro, de um jeito inesperado – alguém veio ter comigo num sonho e disse “o teu nome artístico devia ser Serena”. Adorei a ideia de imediato! “Kaos” veio depois, enquanto eu me queixava a um colega músico – “Serena faz sentido, mas não chega, eu sou um caos”… – trocámos um olhar como quem diz Eureka! e num instante percebemos que Serena Kaos soava muito bem.
O nome ganhou ainda mais significado conforme eu criava a minha música, pois desenvolvi duas linguagens diferentes – a “Serena”, mística e suave, e o “Kaos”, irreverente e sombrio.
OC: A escolha pela carreira musical teve a ver alguma coisa com a tua ida para Inglaterra?
SK: Teve tudo a ver, pois é a única razão pela qual saí de Portugal! Mas venho muitas vezes, porque a minha carreira também está lá e preciso de respirar o meu ar de vez em quando.
OC: Se tivesses de escolher um “rótulo” definindo o teu estilo musical, qual seria?
SK: “Música para a alma”, ou num sentido mais técnico, POP experimental.
OC: Onde e como divulgas o teu trabalho?
SK: Partilho as minhas canções em todas as plataformas de streaming habituais, divulgo nas redes sociais, em especial o Instagram, e claro, dou concertos ao vivo, tanto em casas de espetáculos como nas ruas de Londres.
OC: Uma “provocação”: consegues escolher apenas uma música que te defina e apresente?
SK: Escolheria a minha canção “Everyone You Know Is Sad “ – já vem ficando obsoleta porque nasceu há 3 anos, mas ainda representa a dualidade da minha personalidade artística e a direção do meu som, com influências de música trip-hop, dream pop e pop experimental.
OC: Quais os teus planos para o futuro?
SK: Lançar o segundo EP, preparar um concerto ao vivo inesquecível e partilhá-lo por toda a Europa. E depois fazer mais outro EP e assim por diante! Procurando sempre aprofundar o significado da minha música, ao nível sonoro e linguístico. A música tem sempre uma componente de entretenimento, mas quero muito crescer no sentido da sua componente de arte e criação de ideias novas.