São Martinho de Tours foi um soldado romano nascido na Hungria, no ano 316. Recebido o batismo, renunciou à vida militar, seguindo a vida monástica. Fundou um mosteiro em Lugugé (França). Recebeu a ordem sacerdotal e foi mesmo eleito bispo. Faleceu a 8 de novembro de 397.
Reza a lenda que S. Martinho de Tours se encontrou com um mendigo durante uma tempestade de neve e, com a sua espada, cortou o seu manto ao meio para o partilhar com o pedinte e resguardá-lo do frio. Mais tarde, prosseguindo a sua jornada, deparou-se com um outro homem, cheio de frio e ofereceu-lhe a segunda metade do manto. Já sem capa, S. Martinho continuou a sua viagem ao frio e ao vento quando, repentinamente e como que por milagre, o céu se abriu, e a tempestade cessou. Os raios de sol começaram a aquecer a terra e o bom tempo prolongou-se por cerca de três dias. Este período passou a ser conhecido por “verão de S. Martinho”.
Curiosamente, este dia é também festejado na Suécia, a véspera do dia de comemoração do enterro do militar. Este é um dia aproveitado pelos populares para o último grande jantar antes do período de recolhimento do Natal. O jantar começa com a sopa negra , seguida de ganso assado, terminando com um bolo de maçã.
Em Portugal, esta data estava associada à maturação do vinho do ano, sendo este o primeiro dia em podia ser degustado. Costumava fazer-se um grande magusto, com castanhas assadas sob as brasas da fogueira e beber-se uma bebida alcoólica local chamada água-pé.
Segundo alguns autores, o magusto representava um sacrifício em honra dos mortos e, nalguns locais, era tradição acender as fogueiras e preparar, à meia-noite, uma mesa com castanhas para os mortos da família irem comer.
Hoje, esta data é motivo para o convívio com amigos e familiares, o que será sempre de salutar.
Como diz o ditado popular: “No dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho”.
Técnico de Turismo