“O Santo é nosso, o Santo é nosso… o corno é vosso. E ele é nosso! E é, é, é!”
É já no próximo domingo que a Romaria de S. Gonçalo está de regresso a Gaia, cumprindo a tradição de ser a primeira que se realiza no ano.
É composta por três grupos de festeiros, um da freguesia de Santa Marinha, representado pelos Mareantes do Rio Douro, e dois do Lugar da Rasa da freguesia de Mafamude (a comissão nova e a comissão velha).
Os diferentes grupos desfilam, desde manhã cedo até à noitinha, pelas ruas da cidade exibindo as cabeças das três figuras protectoras da comunidade: as imagens de São Gonçalo, de São Cristóvão e de São Roque.
O encontro dos grupos participantes no cortejo dá-se ao final da tarde no adro da Igreja de Mafamude, na qual existe um altar dedicado a São Gonçalo, protetor dos marinheiros e pescadores, santo das doenças dos ossos e construtor de pontes.
A entrada da imagem do São Gonçalo na igreja obedece a um ritual de longa tradição: a cabeça deve entrar voltada para a porta até ao altar; após as orações e adorações devidas o ritual continua fora da igreja, acompanhada pelo rufar dos bombos e cantos dos devotos.
A romaria mobiliza milhares de peregrinos a cantar e a apregoar. «O Santo é nosso, o Santo é nosso… o corno é vosso. E ele é nosso! E é, é, é!».
De características muito peculiares, a Romaria de S. Gonçalo impõe-se mais como uma festa de cariz pagão do que religioso.
Jornalista free-lancer