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Quinta-feira, Abril 24, 2025

Quem disse que viver a dois pode ser um paraíso – ou pode!?

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Às vezes é isto que nos inculcam e nós acreditamos. Partimos com grinaldas de flor de laranjeira e o caminho mostra-nos algumas coroas de espinhos. Não é que isso seja o fim do mundo, mas fazer disso vida, é sofrimento e desvalorização.

O ser humano não vive com amarras e tantas vezes é o que acontece nas relações, sejam amorosas de amizade ou outras. Viver a dois só é sustentável quando olhamos o horizonte não com os olhos do outro, mas com os próprios olhos sem perdermos o encanto da paisagem.

Nenhum dos dois pode perder a sua própria individualidade em prol de agradar ao outro. Não!

A essência de cada um deve ser respeitada para que nenhum se anule em relação ao outro. Nem sempre é assim, bem sabemos, na tentativa de sermos amados ou aceites, toleramos os gostos e prazeres do outro sem discussão ou contrariedades para que tudo seja harmónico no lar e na relação.

É aqui, quando isto acontece, que deixamos de lado as características que nos definem enquanto seres únicos; e o mais frequente é viver numa relação que incite em nós, a vontade de nos resignarmos ao outro.

E então impõe-se uma questão: estamos ou não a criar na pessoa que está ao nosso lado, a ideia de que está tudo bem, não dando espaço ao outro para nos conhecer? Estamos ou não a anular a nossa presença na vida do outro?
E por fim: conhecemo-nos?

Ao longo da história dos nossos avós e pais era este o modelo de casal, família e sociedade. Não creio que estejamos hoje, assim tão afastados dessa época. Vemos ainda pessoas conformadas com o “estatuto” de estar com o outro sem qualquer afinidade.
Estar sem querer estar.

Compartilhar a vida não é fácil, viver a dois não é fácil, logo à partida é urgente não descurar a nossa liberdade, os nossos sentimentos, os afetos.
Uma relação só faz caminho e sentido quando existe harmonia, conhecimento e entendimento do outro e de nós mesmos.

E se tudo fosse um mar de rosas, constante e inalterado, teria a vida o mesmo sabor, a sal e a maresia?
Que cada um navegue no seu próprio mar, com respeito, amor e liberdade.


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