Existe nos dias de hoje, pelos cidadãos, um maior reconhecimento da importância da Psicologia como ciência nos serviços de Saúde Mental.
Os psicólogos prestam um importante e diversificado papel junto de indivíduos, grupos e contextos populacionais, como sejam as escolas, os centros de saúde, as prisões, as clínicas e hospitais, os lares e os centros de reabilitação, as empresas, etc.. No âmbito individual, prestam serviços especializados junto de crianças, adolescentes e adultos, incluindo os mais velhos.
O trabalho destes profissionais tem vindo a ser cada vez mais reconhecido e valorizado tanto por quem dele beneficia, como por outros técnicos de saúde, que compreendem a sua contribuição para a melhoria do utente.
Em setembro de 2021, um relatório da OPP indicava que um em cada cinco portugueses é afetado por problemas de saúde mental. Os dados já tinham em conta o contexto pandémico, mas ainda não refletiam o impacto da guerra na Europa e da crise económica, que se agravou.
A Ordem dos Psicólogos Portugueses, estima que, para dar resposta à população, seria preciso pelo menos o dobro dos profissionais que atualmente trabalham no SNS. A falta de profissionais resulta em longas listas de espera, ainda que já existam cerca 27 mil profissionais inscritos na Ordem.
“Infelizmente, não conseguimos ter psicólogos suficientes na maior parte dos casos. Não que eles não sejam necessários, mas porque não há abertura de candidaturas”, diz.
O antigo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, abriu um concurso há cinco anos e que só em janeiro de 2023 é que estas pessoas foram alocadas aos serviços. “Aumentaram o número de psicólogos nos cuidados de saúde primários. No entanto, demorou cinco anos para conseguir colocar 40 pessoas. É um escândalo!”.
De acordo com o relatório de 2022 da OPP do custo do stress e dos problemas de saúde psicológica no trabalho, em Portugal, em 2022, a Organização Mundial de Saúde (OMS) avançou que, a nível global, cerca de 15% das pessoas adultas em idade ativa vão ter um problema de saúde psicológica em algum momento das suas vidas.
A estimativa do custo dos problemas de saúde psicológica para a economia global é de um bilião de euros (WHO, 2022).
Em Portugal, os problemas de saúde mental mais comuns – stress, depressão ou ansiedade – afetaram quase dois em cada cinco trabalhadores/as (33%) no último ano devido ao trabalho, uma prevalência acima da média da União Europeia (27%) (Eurobarómetro, 2022).
Não estão a ser abertas vagas para o número de psicólogos das mais diversificadas áreas para que possam concorrer.
Já para não falar, de muitas das Associações de Solidariedade Social colocam os psicólogos a trabalharem como voluntários e estes como se encontram desesperados aceitam porque depois dá para pôr no Curriculum Vitae. Ou então, colocam-nos a termo parcial e /ou como trabalhadores independentes para nunca terem oportunidade de serem efetivados.
E também, porque profissionais de Psicologia, que exercem as mesmas tarefas e responsabilidades, têm salários completamente diferentes se estiverem numa associação, em empresas privadas, ou no sector público? Isto acontece com todos os outros tipos de profissionais, mas já agora, levanto aqui a questão.
No SNS, existem cerca de mil psicólogos de um total de 26.000 inscritos na Ordem. 700 trabalham em centros hospitalares e outros serviços, como os de combate às dependências. Os restantes (300), nos centros de saúde fazem um acompanhamento mais próximo da comunidade. Que números são estes?
Neste momento, estamos perante um grave problema de saúde pública e somos dos países onde isto mais afeta, onde as questões de saúde mental mais pessoas afecta. Temos números absurdos de prevalência de perturbações mentais, como por exemplo da depressão, a ansiedade generalizada, o transtorno de pânico, o burnout, …
De acordo com a lista de cursos da Direção Geral do Ensino Superior (DGES), existem 31 cursos de psicologia em Portugal, tanto em instituições públicas como privadas. Estamos a formar mesmo muita, muita gente. Em medicina, eles fazem uma força enorme para não aumentar os números, para não criarem stress no SNS. Na psicologia ninguém fala nisto. Estamos a formar muitas pessoas para a procura do mercado. Há que regulamentar a necessidade com a procura.
No dia em que se assinala o Dia Mundial da Saúde Mental, o Governo deu a conhecer as linhas mestras da proposta orçamental para 2024, com a Ordem dos Psicólogos muito atenta à forma como o Executivo deve promover o acesso dos psicólogos ao SNS: “Depois das juras, espero que venha o compromisso mais sério e consumado”.
Numa entrevista, o bastonário, Francisco Miranda Rodrigues não tem dúvidas em dizer que, no que diz respeito ao tema da saúde mental, “não falta sensibilidade” ao Governo mas o mesmo já não pode afirmar quanto ao investimento.
O Governo continua a ludibriar a Ordem dos Psicólogos Portugueses e os profissionais de Psicologia a verem as suas vidas profissionais a andar para trás.
Quando o Governo diz que por parte dele “ não falta sensibilidade” em relação á importância dos psicólogos, isso eu compreendo porque perante factos não existem argumentos e se não há falta de dinheiro para realizarem o que lhe é solicitado, aí é incompreensível.
Os psicólogos prestam um importante e diversificado papel junto de indivíduos, grupos e contextos populacionais, como sejam as escolas, os centros de saúde, as prisões, as clínicas e hospitais, os lares e os centros de reabilitação, as empresas, etc… No âmbito individual, prestam serviços especializados junto de crianças, adolescentes e adultos, incluindo os mais velhos.
O trabalho destes profissionais tem vindo a ser cada vez mais reconhecido e valorizado tanto por quem dele beneficia, como por outros técnicos de saúde, que compreendem a sua contribuição para a melhoria do utente.
Poetisa