Como é que uma festa de uma pequena freguesia interior, na Lomba, em Gondomar, pode contribuir para que as seis associações locais possam obter verbas para financiarem as suas atividades? O Presidente da Junta da Freguesia, Rui Vicente, explicou a “ocidadao.pt”:
“Com a Festa do Peixe do Rio Douro a Junta de Freguesia tenta desenvolver o associativismo local. Geralmente, as coletividades vão à Junta pedir subsídios para isto e para aquilo. Sendo atribuído, dá para que eles façam face às despesas e pouco mais. Para a freguesia traz muito pouco e para eles também não é grande coisa. Quando o evento foi criado, pensámos logo em agregar as associações, em vez de estarmos a distribuir subsídios aleatoriamente. Preferimos dar-lhes uma “ferramenta” útil”.
E a ferramenta foi permitir que montassem as “barraquinhas” no local e vendessem os seus produtos: refeições de peixe (e não só), artesanato, e outra gastronomia. O que têm dado muito bons resultados, como afirma o Presidente:
“Ao dar-lhes essa “ferramenta”, eles trabalham, ganham e dão algo à freguesia. Para a iniciativa ser satisfatória, todo o dinheiro investido na sua realização tem de entrar nas associações e, em simultâneo, queremos as pessoas divertidas e felizes”.
Dinheiros Públicos
Rui Vicente afiança ser parcimonioso no que aos dinheiros públicos diz respeito. Sendo a Festa do Peixe um evento promovido pela autarquia, todas as cautelas são poucas:
“Os dinheiros públicos devem ser bem analisados e deve ser-se cuidadoso ao gastar. O seu fim tem de ser sempre correto. No nosso caso, gastamos para divertir as pessoas e dar a ganhar às associações. Posso garantir que o valor investido é recebido em dobro pelas coletividades. Temos superavit e sabemos gerir”.
Durante os tês dias de divertimento, o peixe servido em Pé de Moura foi taínha, lúcio e achegã, “reis” do rio nesta época do ano. A lampreia e o sável só de janeiro até Maio.
Enquanto degustaram as especialidades que o Douro nos dá, puderam assistir ao Festival de Folclore; com grande entusiasmo, até porque há uma grande ligação das pessoas a esta arte etnográfica – o Rancho Santa Eufémia de Pé de Moura é o mais antigo do concelho de Gondomar – e havia um Festival no mesmo lugar. A edilidade local achou por bem propor a integração na Festa do Peixe. Que traria vantagens para todos.
“O festival de folclore que havia era um evento isolado, sem dinâmica envolvente. Era um espetáculo muito bonito, mas que só chamava aqui quem gostasse de folclore. A organização aceitou o nosso repto e todos ficámos satisfeitos.”- Explicou Rui Vicente.
Trata-te de uma festa global – com todos os tipos de música – e intergeracional. A Junta de Freguesia, há uma dezena de anos, quando decidiu levar a cabo a realização da festa, preocupou-se com as pessoas de todas as idades.

“É uma festa para todos. Os mais pequenos tem os insufláveis de que tanto gostam. Os mais velhos, a música, o folclore, a discoteca e a festa da espuma. Da meia noite às quatro da manhã, funciona a discoteca em cima do palco flutuante. Até às duas horas, vemos lá pais, filhos e netos. Depois, até às quatro da madrugada, ficam os mais jovens a dançar. Estavam em cima daquele palco mais de seis centenas de pessoas.”
A Festa do Peixe do Rio Douro, na Lomba, é já um marco importante entre todas as realizadas no concelho gondomarense. Reuniu, nos três dias, mais de 10 mil pessoas.

Jornalista