“Fiquei surpreso quando eles ligaram, mas ao mesmo tempo não muito”, disse o escritor de 64 anos à emissora pública norueguesa NRK.
Jon Fosse, cujo nome como potencial galardoado com este prémio circulava há décadas, disse que estava “preparado”.
“Tenho-me preparado, nos últimos 10 anos, cautelosamente para o facto de que isto poderia acontecer. Mas não esperava receber o prémio hoje, mesmo que houvesse uma hipótese”, disse Jon Fosse.
O escritor e dramaturgo, autor nomeadamente de “Rouge, noir” e “Rêve d’Automne” encenados em França por Patrice Chéreau, recebeu o telefonema da Academia Sueca enquanto conduzia perto de Bergen, na costa oeste da Noruega.
Com o nome regularmente presente nas previsões, a sua editora norueguesa Samlaget preparou um comunicado de imprensa antes do anúncio do Prémio Nobel da Literatura. “Estou emocionado e grato. Considero que este é um prémio para a literatura que pretende acima de tudo ser literatura, sem qualquer outra consideração”, lê-se no comunicado.
A Academia Sueca reconheceu Jon Fosse “pelas suas peças inovadoras e prosa que deram voz ao indizível”, citando “Septologian”, um romance em sete capítulos e três volumes, ainda não traduzido.
Em Portugal, múltiplas das suas obras estão publicadas, com destaque para o trabalho feito pelos Artistas Unidos, que desde 2000 encenam as suas peças, a começar com “Vai Vir Alguém”, levada ao palco por Solveig Nordlund.
Nos Livrinhos de Teatro, dos Artistas Unidos e da editora Cotovia, estão publicadas “A Noite Canta os seus Cantos”, “Inverno”, “Lilás”, “Conferência de Imprensa e Outras Aldrabices”, e “Sou o Vento/Sono/O Homem da Guitarra”.
Entre outras edições, a Cavalo de Ferro tem vindo a publicar a prosa de Fosse, com destaque para “Trilogia” (2022) e “Septologia I-II” (2022).
O Nobel da Literatura é um prémio concedido anualmente, desde 1901, pela Academia Sueca a autores que fizeram notáveis contribuições ao campo da literatura, e tem um valor pecuniário superior a 900 mil euros.
O Cidadão/Lusa