Com o edifício da câmara municipal como pano de fundo, a cidade foi palco de uma das grandes manifestações que aconteceram este ano em Portugal. Os cidadãos da Invicta uniram-se em força para expressar o seu descontentamento com o brutal aumento do Imposto Único de Circulação que irá afetar as finanças de várias famílias e empresas, em todo o país que possuam carros registados com data anterior a junho de 2007.
À hora marcada as ruas da envolvente da câmara foram tomadas por uma multidão diversificada de manifestantes, jovens e idosos, munidos da maior variedade de veículos como, todo terreno, utilitários, a gasolina ou a gasóleo, de alta e baixa cilindrada e até algumas autocaravanas que provocaram um barulho ensurdecedor com um enorme buzinão, enquanto procediam a uma marcha lenta, por vezes parada, num percurso que circundava o município. A afluência massiva surpreendeu bastante, demonstrando o quão profunda é a preocupação da população com esta questão.
“O aumento do IUC vai ter um impacto desproporcional sobre nós e agrava-nos ainda mais o já elevado custo de vida” dizia um dos organizadores. “Houve uma tamanha falta de transparência e nem sequer fizeram uma consulta pública antes de decidirem de aumentar o imposto”,disse outro. “É necessário encontrar soluções justas e equitativas para lidar com as questões fiscais, sem sobrecarregar as famílias e as pequenas empresas”, rematava o primeiro.
A manifestação decorreu de forma pacífica e disciplinada, com as autoridades policiais presentes para garantir a segurança dos participantes e dentro do possível o fluxo do tráfego, especialmente dos transportes públicos e dos veículos prioritários. O Porto mostrou mais uma vez sua capacidade de mobilização cívica, unindo os cidadãos em torno de uma causa comum.
Os organizadores do protesto pretendem manter a pressão sobre o governo e as instituições para que revejam o aumento do IUC e considerem alternativas que não sobrecarreguem ainda mais os bolsos dos portugueses. Enquanto isso, a demonstração de unidade vista ontem nas ruas do Porto permanecerá como um lembrete do poder da voz coletiva da sociedade.
Editor Adjunto