Há alguns dias atrás, o ex-Primeiro Ministro Pedro Passos Coelho fez uma aparição pública para apresentar um livro e provocou aquilo que provoca sempre: um Terramoto Político.
Desta vez, porém, conseguiu ainda a proeza de fazer em dose dupla, tais foram as consequências que provocou, simultaneamente à Direita e à Esquerda.
Sendo Passos Coelho um Facto Político – não só pela dimensão que as suas intervenções alcançam, mas também pela solenidade de sentido de Estado que a sua postura imprime – por estes dias ele fez um Pleno. E isso é obra!
Sereno, Passos, deu a sua opinião sobre vários assuntos. Falou da importância da Família, da importância da Escola, da Educação, do papel dos Média, do Jornalismo. Falou das últimas Eleições Legislativas e da forma como os eleitores se expressaram.
Na Esquerda houve um verdadeiro “meltdown”: não ficou pedra sobre pedra! Independentemente do que possa estar escrito no livro “Identidade e Família”, jamais algum dia imaginei possível ver pessoas tão exasperadas nas estações de televisão.
Foi um desfile e tanto. Uma verdadeira resposta concertada de raiva e fel.
Pessoalmente, achei tudo perfeito. Mas isso sou eu, que adora ver a Esquerda a mostrar as suas verdadeiras cores. Por baixo do manto da tolerância e da pluralidade, existe a verdadeira essência da Esquerda; e essa não é tolerante, nem plural e muito menos democrática.
Descansa-me saber que o país real concorda com Passos Coelho e viu, tal como eu vi, o quão desfasado continuam os Média da realidade.
À Direita não se rasgaram vestes, mas o susto foi grande: poucas semanas depois das Eleições, surge um Ex-Primeiro Ministro que interpreta o resultado das mesmas como uma clara vitória das Direitas. Passos apareceu para dizer, alto e bom som, que a atual Direção do PSD não está a ler a mensagem do eleitorado.
No seu entendimento, o país virou à Direita e será um erro de julgamento alienar mais de um milhão de eleitores através de linhas vermelhas e de ideias de Coligações apenas com parceiros confiáveis: ideia que Passo Coelho desmontou esta semana em entrevista ao Observador, onde desconstrói a narrativa de que o CDS de Paulo Portas havia sido um parceiro leal.
Não o foi!
É bom que Pedro Passos Coelho coloque os pontos nos ii, sem receios: é que em Portugal há ainda muita gente que aprecia a seriedade e tem, por ela (e por ele), um enorme respeito.
Professora de Português e Alemão