Existem palavras que proferidas, que mesmo que ocorram num determinado momento, num acto isolado, instantâneo, premeditado ou não, intencional ou não, magoam e machucam mais que uma bofetada.
Por vezes, não é a palavra ou as palavras que ofendem, mas o tom de voz e a intenção que se usa.
Há palavras que têm determinada conotação, significado e interpretação diversificada, em que cada tom difere na forma como é recebida por parte de quem as ouve e que ofendem e magoam mais do que uma bofetada na cara, independentemente para quem forem direcionadas ou quem as ouve: seja um simples amiga(o), namorada(o), companheira(o), marido ou mulher.
Necessitamos de ter muito cuidado e cautela com as palavras que proferimos, pois ferem mais que “lanças” e podem deixar sérias e pertinentes sequelas para o resto da vida…
As palavras pejorativas, que denigrem a imagem/caráter/personalidade e principalmente a identidade de alguém, magoam seriamente e agridem psicologicamente quem as ouve. Ora, quem as ouve, apesar de se sentir ferido por elas, não as pode nem a deve transformar numa pessoa menos digna, mas indubitavelmente que a faz desfalecer/desmoronar a sua autoestima e põe em causa a pessoa, como ser pensante que é.
Quando alguém for ofendido por palavras ou por um determinado olhar de “despejo” que diz mais que mil palavras, não deve devolver nem retribuir. Pois, repetir o acto errado só faz de si o espelho daquilo que deve detestar e, nunca por nunca, permitir.
As palavras por si, por vezes, não são ofensivas, mas ditas com determinado tom de voz, intenção ou em determinado momento e na presença de terceiros, mesmo que seja com um simples “sorriso amarelo” assemelham-se a crueldade/violência e são mais agressivas e dolorosas que uma bofetada na cara.
Não é só uma bofetada que fere!
As palavras são mais dolorosas e podem marcar seria e profundamente alguém, mais do que uma bofetada na cara…
Na verdade, a insegurança aliada ao medo, ao receio e à sua permissão devem ser intoleráveis e não aceitáveis. Este tipo de violência possui a intenção em fragilizar, desequilibrar o estado emocional e psicológico de quem as ouve. As consequências do abuso psicológico são mais graves, deixam mais sequelas que uma bofetada e podem causar problemas graves de saúde mental, que muitas vezes, levam a pessoa ao isolamento, à perda de autoestima e a sérias e irredutíveis depressões e ainda mais grave, ao suicídio.
Cada um deve pensar antes de proferir certas palavras, as quais podem ofender e a causar graves e sérios danos psicológicos a outrém, que poderão ser irreversíveis e irreparáveis.
Não permita, nunca por nunca, que alguém a(o) ofenda, nem retribua; pois, a situação envolvente eleva-se e toma a forma de um cilindro rodopiante e em espiral asfixiante que se torna deveras penoso e bastante doloroso psicologicamente.
Mulheres e Homens arrecadam profundas sequelas psicológicas que as (os) perseguem e atormentam violentamente para toda a vida…
Advogada / Responsável pelo projeto StopViolênciaContraMulheres