2024, ano cheio de viagens, de conhecimento e cultura. Em família, deixei-me envolver num Tour organizado pela Lusanova (operadora portuguesa), muitíssimo bem delineado e programado. Era o sonho (cumprido) da minha filha Josefina Correia. Parabens à Lusanova pela experiência do cliente. Já tinha sentido em 2017, um programa com cidades espanholas, que correu muito bem. Desta vez, optei por Paris e Londres, com travessia no ferry por Calais e com visitas programadas. Confesso a minha perplexidade, ao “olhar” as cidades, porque já não passava em Paris e Londres há décadas, o que me suscitou curiosidade e vontade de perceber as mudanças.
Por exemplo, ao visitar Versailles, percebi de imediato o chavão “viver à grande e à francesa”. Brutal o palácio e os jardins: Versalhes é um castelo real na cidade com o mesmo nome, aldeia rural à época da sua construção, nos subúrbios de Paris. Desde 1682, quando Luís XIV se mudou de Paris, até à família real ser forçada a voltar em 1789, a Corte de Versalhes foi o centro do poder do Antigo Regime. Vale a pena a visita. Ir a Paris, sem visitar Versailles, é o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa.
Em Londres seduziu-me a combinação perfeita entre o novo e o antigo com contrastes de gerações. O programa de 6 dias é suficiente e serve para uma perspetiva alargada, das cidades, para regressarem com mais tempo. O 1º dia é para quem tem “boas pernas”; chegada a Orly, com a confusão de transito habitual, numa grande cidade, às 8 horas da manha, a cruzar cumprimentos com o Zé Amaro e os Sons do Minho no avião e no aeroporto. Pareceu-me um Aeroporto mais “encolhido” desde a última vez ou o trânsito aumentou?
Optámos pelo acolhimento de familiares que nos receberam, principescamente, num almoço. (Aviso prévio: cerveja e vinho têm preços proibitivos para os portugueses, já os preços nos restaurantes, assemelham-se aos custos turísticos do nosso país) Nesse dia, à noite, depois jantar, nada melhor de que uma visita panorâmica, com paragens: Campos Elíseos, Praça da Concórdia, Arco do Triunfo, Ópera, Quartier Latin, em Sorbonne, Panteão, Invalides, Escola Militar, Campo de Marte sempre com a Torre Eiffel a toldar o nosso horizonte, reconhecendo a verdadeira cidade Luz, em modo de Jogos Olímpicos, que seriam dias mais tarde.
O 2º dia foi disfrutar as excursões: visita ao Palácio de Versailles (recomendo alugar carro de golfe para passear nos jardins e, de tarde, fizemos um cruzeiro belíssimo, no Sena, no Bateaux Mouche, com visita a guiada a Montmartre e almoço livre no La Bhoeme, por baixo da casa de Charles Aznavour (cantor francês de origem armênia, letrista, ator, diplomata franco-armênio, dos mais populares cantores da França, dos mais conhecidos no exterior, já que atuou em mais de 60 filmes). Montmartre, conhecido como o “bairro dos pintores” com as ruas estreitas e empinadas formam a rede que inclui desde os antigos e tradicionais cabarés, até aos arredores da Basílica de Sacré Coeur, repletas de restaurantes com ambiente boêmio e artístico.
Não esqueci o Moulin Rouge, claro! Icónico e atrativo. Ao 3º dia, saímos para Dover e embarcamos no Ferry, cruzando o Canal da Mancha até Calais e daqui, por estrada, até Londres. Registei nesta nova/velha fronteira: polícia inglesa verifica os passaportes e até, tive de pedir um carimbo, excecionalmente, para a miúda. Londres é uma cidade belíssima, agitada e cheia de vida. Começamos, ao fim da tarde, numa visita panorâmica, com o guia espanhol Diego (com muita piada e cheio de informação). Obrigatório em Londres: Parlamento, Big Ben, Abadia de Westminster, Trafalgar Square, Picadilly Circus, Regent Street e Palácio de Buckingham, com o render da guarda e a tarde para visitas de gosto pessoal, à cidade histórica e instalação no hotel. Terminamos, o dia, junto à Torre de Londres, a beber cerveja no Pub Dickens (famoso Pickwick Club de Pickwick Papers com sede no George and Vulture, na Lombard Street, local que alberga a estalagem desde 1268. O Spaniards Inn aparece no romance, tendo Dickens dito que encontrou inspiração neste sítio).
O dia seguinte tinha destino: Windsor, onde reside a família real (pelo menos a bandeira dava essa informação). Muito bem organizada, muito melhor do que a atabalhoada Versailles, sem qualquer rigor e organização. O Castelo de Windsor é o maior e mais antigo, ocupado do mundo e fica aberto, a visitantes. durante todo o ano. Fundado por Guilherme, o Conquistador, no século XI, desde então, foi o lar de 40 monarcas. Recomendo a Capela de São Jorge, principal local de culto religioso do Castelo, dedicada ao Santo Padroeiro da Inglaterra. Serve como o principal templo da mais antiga e nobre Ordem de Cavalaria do Reino Unido: Most Noble Order of the Garter. O local é administrado pelo Deão de Windsor e é o local onde os reis e rainhas jazem.
Estamos no final do passeio e por isso, recomendo estas viagens, pela informação, conhecimento, conforto que dispomos em todos os locais. Sorry, Sorry é o que mais ouvimos em Londres e até os confundo com um “Povo Sorry”. Até no Brexit, foram Sorry mas já deve ser tarde. Já Paris é uma cidade dinâmica, bastante estendida pelas Portas, boa mobilidade e a mais populosa da França (2 148 271 habitantes). Vale a pena! Venham daí para estes novos caminhos da cultura e conhecimento. O operador de viagens em Portugal é excelente e não precisa de apresentações. Grandes viagens estão para vir…
Docente na Atlântico Business School/Doutorado em Ciências da Informação/ Autor do livro ” Governação e Smart Cities”