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Terça-feira, Janeiro 21, 2025

Os “inimigos do povo” são um incómodo para Ventura

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A política portuguesa dispensava certo tipo de discursos. E é curioso o paradoxo à volta da  liberdade de expressão.

Para André Ventura, dizer o que lhe dá na “real gana” é legítimo, porque vivemos numa sociedade que respeita a liberdade de expressão. Porém, se forem os outros (para o líder do Chega, os outros, os que discordam dele, são todos socialistas e esquerdistas!) a falar ou questionar, cai o “Carmo e a Trindade”!

De tal modo que as perguntas incómodas dos jornalistas, são respondias com grosseria, demagogia e arrogância. André Ventura é apenas um entre muitos, note-se. Chamar aos jornalistas, parafraseando Trump, “inimigos do povo” é uma declaração óbvia de quem convive mal, muito mal, com o contraditório e…com a liberdade de expressão. É um insulto! E os “líderes” que preferem ao seu lado os “yes men”, em vez da massa crítica consciente, são politicamente perigosos.

Já Sebastião Bugalho caiu na tentação de diabolizar a comunicação social, quando foi questionado sobre temas que não lhe agradaram. Não resistiu ao ver o seu estrelato beliscado. E riscou o verniz também…

Os políticos têm de compreender a missão dos jornalistas e ter cuidado com as generalizações. É claro que há bons e maus profissionais da imprensa, como os há da política, das finanças, da justiça e de todos os outros setores.

As questões colocadas pela imprensa, independentemente da “carga” que possam trazer, deveriam ser respondidas com “classe” por parte dos candidatos a cargos políticos; ou dizerem com toda a frontalidade que não respondem – um direito inegável. Responder com acusações a despropósito, isso não, revela impreparação para os  cargos que a política exige.

O Sindicato dos Jornalistas deveria ser mais rigoroso a defender os profissionais que estão, sistematicamente, a ser desconsiderados por alguns partidos políticos. Cada vez há menos preocupação e respeito por quem tem o dever e a missão de informar.

 A comunicação social em Portugal não é gerida por jornalistas. Os três grandes grupos de Media, são sociedades detidas pelo poder económico. Grande poder económico. E se há jornalistas (?) e ex-jornalistas que se “venderam” a essas máquinas financeiras, há os que mantém fidelidade à Lei de Imprensa e ao Código Deontológico. E assim continuarão, apesar das dificuldades por que passem.

Estes últimos, os resistentes, acabam destratados por gente que, em termos profissionais, nem aos “calcanhares” lhes chega- principalmente os políticos que usam como estratégia, dizer e desdizer, manipular, mentir. Se algum escrutina, acaba o “estado de graça” e revelam-se.
Os jornalistas livres (a redundância é propositada) precisam de ser defendidos. Pela  verdadeira liberdade de expressão e pela democracia.

Obviamente, nunca são inimigos do povo… Nem aqui, nem na América.

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