Passamos grande parte da nossa vida em processos de orientação, alguns bastante difíceis. Muitos, revestidos pelos mais diversos formatos e enquadramentos. Vivemos certamente fases ou momentos em que nos preocupa a orientação vocacional ou educativa, de encaminhamento dos estudos em função das aptidões e motivações. Outras etapas chegam em que nos orientamos tendo por base as possibilidades de emprego e colocação.
Bom seria, nestas e em outras obrigatórias fases da vida, que existisse uma bussola mágica que nos desse aquela parte colorida do norte magnético ou o ponto cardeal do norte geográfico. Seria igualmente fantástico que, ao longo da vida, sempre que existissem dificuldades de orientação, olhássemos para o sol ao meio dia e encontrássemos o norte dos nossos sonhos, na sombra refletida ou que, com um pouco mais de paciência, aguardássemos pelo por-do-sol, descobrindo o caminho para aquele oeste motivador que durante tanto tempo procurámos.
Infelizmente, correndo ou caminhando, depressa ou devagar, nem sempre encontramos superfícies planas e horizontais, retirando toda a utilidade às bussolas da nossa vida, enquanto simultaneamente sentimos que não estamos preparados para fazer a sua correção metálica. Da mesma forma, perdemo-nos nos dias de céu nublado ou nas imensas noites sem dormir porque de nada nos valerá, nestas circunstâncias, a orientação pelo sol.
Restam-nos as estrelas, também orientadoras. As suas constelações. E pouco nos importará que seja a Ursa Maior, a Menor, Orion ou Cassiopeia. Queremos apenas saber para onde ir.
Acredito que as estrelas, sendo protagonistas do método natural de orientação mais antigo, ajudem também as organizações a não se perderem quando caminham em busca do sucesso, um trajeto árduo, longo e eventualmente de muito curta duração. No entanto, para isso acontecer, é absolutamente vital que a constelação rainha sejam os seus recursos humanos devidamente valorizados e não transformados em simples números sem rosto.
Estou absolutamente convencido de que mais importante de que ter bussolas com agulhas douradas ou topo de gama e de qualidade duvidosa, as organizações e empresas devem ser especialmente guiadas por todas as suas estrelas. Estas sim, as únicas capazes de orientar, de uma forma sustentada e gratificante, pelos caminhos verdadeiros.
E em liderança, não basta saber-se que existem as estrelas. É preciso fazê-las brilhar.
Escritor e Gestor de Empresas