É um filme que revela uma mulher – Carey Mulligan, uma atriz que ocupa um papel extremamente importante na vida do compositor e papel esse que lhe é retribuído quando é diagnosticado um cancro no pulmão. Nesse caso é Leonard Bernstein – Bradley Cooper que retribui, ao cancelar concertos, para estar ao pé do seu grande amor, até ao final da sua vida. A veracidade e fidedignidade entre o casal, ocupa um lugar preponderante na sua continuidade, mesmo com a Felicia (nome no filme da mulher de Bernstein), observando e sabendo dos desvios homosexuais do marido. A primeira cena do filme, com um Bernstein ainda jovem a pular na cama, onde outro homem estava deitado, é um presságio do que iria acontecer no futuro.
Volto outra vez ao amor e enaltecer o amor do casal e o amor aos filhos. Com a filha já crescida e quando é questionado sobre boatos sobre a figura do pai, ele assume perante a filha, o seu lado homossexual.
O envelhecimento de Cooper na tela é extraordinário, um trabalho fantástico de caracterização, com o detalhe dos poros de um nariz feito com prótese e maquilhagem, para lhe tentar dar um ar de judeu.
A fotografia é outro dos pontos a realçar, pois o famoso Mattew Libatique, cria um jogo de cores, alternando com o preto e branco, sem nunca nos dar a sensação de mudança. Assim como as transições entre sombras e luzes são arrebatantes! Aliás, neste filme tudo acontece de uma forma natural, com transições tão perfeitas de cena e de tema, o que torna o filme tão especial.
Bradley Cooper, depois do seu filme de estreia como realizador “Nasce uma Estrela”, onde participa Lady Gaga, tem como produtores para este seu filme, nomes incontornáveis da sétima arte, como: Tood Philipps, Martin Scorsese e Steven Spielberg.
Leonard Bernstein, nasceu a 25 de agosto de 1918 em Nova Iorque e faleceu a 14 de outubro de 1990, filho de judeus ucranianos. Em 1935, estudou latim na Escola de Latim de Boston e, mais tarde, ingressou na Universidade de Harvard. Casou com Felicia Cohn Montealegre, no dia 10 de setembro de 1951. Tiveram três filhos: Jamie, Alexande e Nina. Depois de se ter separado de Felicia, Bernstein foi viver com Tom Cotran, mas ao ser informado do cancro no pulmão da sua mulher, regressou e manteve-se sempre a seu lado.
De referir, que as cenas gay no filme, são de uma subtileza e beleza extraordinárias…
Arthur Laurents, disse que Bernstein era simplesmente um homem gay que se casou! Diferente ideia tem Shirley Rhoades Perle que afirma: “Ele desejava homens sexualmente e mulheres emocionalmente”.
Vencedor de vários Grammy, foi pianista, compositor e maestro. Dirigiu durante muitos anos a “Filarmónica de Nova Iorque” entre 1954 e 1989 os célebres concertos para jovens “Young People’s Concerts” para a televisão. Escreveu muita música: On The Town, Candide e West Side Story, a sua composição mais famosa
“Se o verão não canta em você, nada canta em você. E, se nada canta em você, você não faz música”
PS: Em tempos escrevi algo sobre a felicidade, ou para ser mais correto, pelos momentos de felicidade. Ninguém está feliz, das 8h às 20h… Quando saí do filme, tive essa sensação, esse momento de felicidade… Se a Academia não atribuir o prémio de melhor filme, juro que nunca mais vou visionar a cerimónia de entrega dos óscares.
Nota Final: Caro leitor, não tem desculpa! Logo que possa, vá “ouver” o Maestro, uma obra-prima do cinema.
Músico/Colaborador