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Sábado, Dezembro 14, 2024

O Divino Toque – Por Maria José Pessoa

Longe das luzes, com fome e sede, assustados, escorraçados pelo resto do mundo, um homem e uma mulher procuram refúgio. O seu filho está prestes a nascer. Estão em Belém. Há perseguições, denúncias. Estão em Gaza. Estão na Ucrânia.

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Maria José Pessoa
Maria José Pessoa
Professora de Filosofia

bombardeamentos, terror. Estão numa rua escura, num edifício abandonado, aqui, na nossa cidade. Há medo e desespero. Como sobreviver? Como viver num mundo que nos quer matar?

A maldade convive com os homens, eles lhe dão rosto e poder. É o preço da liberdade. Transcendidos os instintos, robustecida a inteligência, sobre a Terra a força humana mostra-se capaz do melhor e do pior.

Confunde-me, desconcerta-me, desilude-me, sempre e outra vez, que a escolha recaia sobre fazer o mal.

Adão e Jesus. Filhos de Deus. Tal como nós.

Consubstancial ao Pai, o segundo, o que nos mostra por pensamentos, palavras e atos como é justa uma ação. Perfeito, uno com Deus.

Criado por divino toque, o primeiro. A dádiva divina não impediu Adão, icónico sopro de Deus feito homem, de errar. Nenhum homem, nenhuma mulher estão livres de errar. Porque estão livres. São livres.

Que a liberdade de todos, todos, todos nos leve a olhar todos, todos, todos como irmãos. Crentes ou não. Mas cientes de que cada pai, cada mãe tem o direito de ver nascer e crescer os seus filhos. Em paz.

Certamente seria esta a vontade de um Deus que deu vida. Que dá vida. Hoje, agora, a cada segundo, está um bebé a nascer.

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