Há bombardeamentos, terror. Estão numa rua escura, num edifício abandonado, aqui, na nossa cidade. Há medo e desespero. Como sobreviver? Como viver num mundo que nos quer matar?
A maldade convive com os homens, eles lhe dão rosto e poder. É o preço da liberdade. Transcendidos os instintos, robustecida a inteligência, sobre a Terra a força humana mostra-se capaz do melhor e do pior.
Confunde-me, desconcerta-me, desilude-me, sempre e outra vez, que a escolha recaia sobre fazer o mal.
Adão e Jesus. Filhos de Deus. Tal como nós.
Consubstancial ao Pai, o segundo, o que nos mostra por pensamentos, palavras e atos como é justa uma ação. Perfeito, uno com Deus.
Criado por divino toque, o primeiro. A dádiva divina não impediu Adão, icónico sopro de Deus feito homem, de errar. Nenhum homem, nenhuma mulher estão livres de errar. Porque estão livres. São livres.
Que a liberdade de todos, todos, todos nos leve a olhar todos, todos, todos como irmãos. Crentes ou não. Mas cientes de que cada pai, cada mãe tem o direito de ver nascer e crescer os seus filhos. Em paz.
Certamente seria esta a vontade de um Deus que deu vida. Que dá vida. Hoje, agora, a cada segundo, está um bebé a nascer.
Professora de Filosofia