A empresa municipal de urbanismo e habitação Gaiurb, de Vila Nova de Gaia, e o Instituto de Habitação e Reabilitação Uurbana (IHRU) discutem na terça-feira, dia 28 de novembro, um novo modelo cooperativo de habitação, disse o presidente da entidade gaiense.
“É um pontapé de partida de um conjunto de personalidades que conhecem bem o tema e que o vão querer passar a todos aqueles que estiverem interessados, desde cidadãos mais organizados a cidadãos menos organizados que ouvem pela primeira vez a temática das cooperativas”, disse António Miguel Castro, presidente da Gaiurb.
Na base do debate está um concurso lançado pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) em dezembro de 2021 para um projeto de promoção público-comunitária em Vila Nova de Gaia (na Quinta da Belavista), que se pretende relançar.
“Vamos reformular o caderno de encargos para que, algures no início do ano de 2024, se possa lançar, para o mesmo terreno, um novo caderno de encargos feito com as pessoas, para se conseguir ter uma probabilidade maior de sucesso que teve no passado“, disse António Miguel Castro .
O primeiro objetivo do que pretende ser uma “mesa redonda” de estilo mais “informal”, apesar da presença institucional, é “reunir as pessoas para, primeiro, perceber o que falhou, e, segundo, demonstrar que existe um novo modelo de cooperativismo que é absolutamente fundamental começar a lançar”.
Numa altura em que a banca comercial tem ainda “juros mais elevados, esta poderá ser uma alternativa mais viável a poder investir num modelo cooperativo”, sem os custos da intermediação imobiliária, defendeu.
O debate pretende também trazer o Banco de Fomento “para articular quais as soluções que se perspetivam”, não tratando a banca “como um terceiro” ou como “um pilar que é separado do próprio modelo cooperativo”.
O propósito é incentivar e demonstrar que “há uma nova política e uma nova geração de políticas cooperativas de habitação, com alguns elementos extra mais ágeis e mais fáceis”, num cenário em que “existe banca disponível para apoiar este tipo de iniciativas que eram, no passado, apenas e só, fomentados pela iniciativa dos cidadãos”.
“A habitação precisa de um conjunto enorme de soluções, como se fosse um canivete suíço. Não se resolve só com a habitação pública, não se resolve só com o privado a jogo, resolve-se também com o envolvimento e com a participação ativa das pessoas”, defendeu António Miguel Castro.
A sessão organizada pelo IHRU, pela Gaiurb e pela Câmara de Gaia contará com o Banco do Fomento, a Cooperativa Cultural de Braga, a especialista Cristina Gamboa, a arquiteta portuguesa Sara Brych e o ateliermob.
Maria Paulo/Lusa
Jornalista free-lancer