Natal é sinónimo de festa de família, de partilha e convívio. Esta é uma daquelas tradições que ainda se vai mantendo em pleno século XXI, e que sabe tão bem vivenciar.
Reunir todas à volta da mesa, a troca de presentes, o imaginário da nossa infância em torno do Pai Natal, os abraços e os rituais que marcaram o nosso crescimento e que nos deixam um sorriso nos lábios.
No entanto, muitos de nós, por força das circunstâncias da vida, já foi ou é forçado a ter de passar o Natal separado daqueles que lhes são mais queridos.
Para as pessoas que perderam alguém recentemente e se encontram ainda numa vivência aguda do seu luto, ou para as pessoas cujo luto está adoecido, a quadra natalícia é um terreno minado: tudo fere. Nos primeiros casos, não é raro as famílias cancelarem o Natal, decidirem um Natal em modo serviços mínimos, optarem por viajar com a família na quadra, descaracterizarem o Natal de todas as tradições para não lembrar os anteriores ou assumirem o Natal tradicional, mas senti-lo morno. É esperado que o façam e sintam.
Mas, nos segundos casos, a intervenção especializada no luto é recomendada. Numa vivência sadia, o Natal, tal como outras épocas significativas para a família, será agridoce, não só triste, cruel e amargo. O luto é uma expressão de amor: precisamos aprender a escutar e a cuidar desse amor. Sobretudo, quando ele adoece.
Quando pensamos no natal, pensamos em momentos passados juntos daqueles que mais gostamos. Pensamos em união, família, alegria e confraternização. Mas o natal pode ser uma época do ano muito solitária, principalmente para os idosos.
Com o país a envelhecer a bom ritmo, não para de aumentar o número de idosos a viver sozinhos, cerca de 45 mil, segundo a última Operação Censos Sénior. Existem perdas inevitáveis associadas à terceira idade que afetam as vidas dos idosos, contribuindo para o aumento da solidão. Familiares e amigos que partem. A energia e mobilidade geralmente diminuem, resultando em sentimentos de dependência e oportunidades perdidas. A distância dos que mais gostamos.
A solidão é difícil em qualquer época do ano, mas nas épocas festivas pode ser especialmente dura, já que tudo o que vemos ao nosso redor são imagens de pessoas que passam um tempo maravilhoso com seus familiares queridos.
Como o natal é uma das épocas do ano em que o sentimento de solidão dos idosos se agrava, partilhamos algumas dicas para combater a solidão dos idosos, ajudando a manter o brilho do natal vivo mesmo na terceira idade. São pequenos gestos que podem ajudar a contribuir para que os idosos vivam esta quadra natalícia mais felizes e com companhia. Afinal de contas, a maioria da magia do natal é isso: companhia.
Todos nós se soubermos de algum idoso ou alguém que vai passar o Natal sozinho, façam pequenos gestos que serão enormes para que os recebe!
Por vezes, a azafama diária não nos permite dar atenção a quem gostaríamos de dedicar mais do nosso tempo. Se conhece pessoas idosas, por exemplo, vizinhos, vá à casa deles, toque à campainha e entregue um cartão de natal.
Esta é uma excelente oportunidade para criar laços, pois, poderá aproveitar o momento e ficar a conhecer estas pessoas que vivem perto de si. Na maioria das vezes, a solidão nos idosos é algo que os mesmos tentam esconder e preferem não desabafar. Uma visita pode ajudar a quebrar o gelo e quem sabe não será uma ajuda importante para ocasiões futuras.
Se, por ventura, conhece alguém que vive perto de si e passa o natal sozinho, convide-o para passar a noite de consoada junto de si e da sua família. Este simples gesto será apreciado e temos a certeza que irá contribuir para que o natal dessa pessoa seja verdadeiramente mais feliz e menos solitário.
há outras formas de ajudar. Por exemplo, as compras de natal ou as decorações podem ser tarefas difíceis para alguém que é mais velho e pode ter menos mobilidade. E muitas vezes estas tarefas são realizadas sozinhas, pois, estas pessoas não têm companhia e não querem incomodar terceiros.
Além disso, no natal, estamos sempre à procura de ideias de presentes ou novas receitas para a ceia. Vale a pena lembrar que as pessoas mais velhas, muitas vezes, têm anos de experiência com essas situações. Por que não aproveitar a ida às compras para pedir algum conselho? É sempre bom para os idosos saberem que a sua sabedoria e experiência é valorizada e dicas testadas são sempre bem-vindas.
Sejamos empáticos, solidários, porque afinal o Natal é Amor!
Distribuam-no porque ele não se esgota e só faz de nós melhores pessoas!!
Feliz Natal!
Poetisa
