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Terça-feira, Outubro 15, 2024

Movimentos idiotas que pintam Portugal de várias cores

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De há uns tempos a esta parte, os noticiários em Portugal têm sido marcados por grupos de jovens contestatários que resolvem cortar estradas em hora de ponta, pintar monumentos nacionais, entrar em museus e pintar quadros expostos e atirar com tinta a alguns ministros ou líderes partidários, como hoje aconteceu com Luís Montenegro (A.D).

Que forma tão patética de protestar. No entanto há quem considere estes actos inusitados e idiotas como uma forma pós-moderna de protestar. Enfim…

Uma coisa é certa, esta manhã foi Luís Montenegro, mas atrevo-me a apostar que um destes dias será um outro líder qualquer. Eles andam por aí à solta por tudo o que é sítio. Nas claques clubísticas. Nos partidos políticos. Nos movimentos sociais sem eira nem beira.

Mas um destes dias as coisas podem correr mal a estes protagonistas mediáticos. Depois de atirarem com uma lata de tinta a um político, podem ser eles próprios atingidos logo de seguida por um balde de estrume de galináceos ou de suínos. Só para eles sentirem na pele o cheiro aromático e sedutor que isso tem. E não deixa de ser um acto pós-moderno de retribuir.

Mas mais grave do que tudo isto é o facto de haver assessores de imprensa dos diferentes partidos políticos que se candidatam às próximas eleições, que procuram dificultar os jornalistas que trabalhem em órgãos de comunicação social que não têm tanta visibilidade mediática. Mas que existem. Que não se vendem. Que são isentos e lutam diariamente por um jornalismo de proximidade. Como é o caso de O CIDADÃO.

Como é evidente, não decidi escrever este editorial para defender o líder da A.D, Luís Montenegro. Como jurista certamente que dispensa advogados de defesa. Apenas porque acho que o jornalismo deve abordar os assuntos que não enobrecem a sociedade contemporânea onde estou inserido. E não me chamem “velho do Restelo”.

Decidi escrever este editorial apenas e só porque ando nestas andanças jornalísticas há mais de 40 anos. E já acompanhei dezenas de campanhas políticas para eleições autárquicas, regionais, legislativas e presidenciais. E nunca me deparei com uma forma tão ridícula de protestar como esta.

Se isto pega moda vamos ter macaquinhos à solta por tudo o que é sítio. E as campanhas políticas podem transformar-se numa selva onde se perde o respeito por todos. E a decência também.

Já vi jovens a mostrar o rabo a uma ministra da Educação, em frente à Assembleia da República. Já vi agricultores a obrigar a marchas lentas em diferentes estradas do país. Fui chamado à pedra algumas vezes por Mário Soares, Cavaco Silva e tantos outros políticos. Já fui tratado por cubano pelo Alberto João Jardim. Mas a verdade é que não deixei de cumprir a minha missão de jornalista na Madeira nem em qualquer parte do planeta onde já estive.

Também faço parte de uma geração de jornalistas parlamentares que um dia decidiu mostrar ao deputado Pacheco Pereira, que durante quinze dias não se escrevia uma linha sobre os debates parlamentares enquanto ele não abrisse um corredor que decidiu fechar no Hemiciclo de São Bento. 

Recordam-se?

Houve várias reuniões como o presidente da Assembleia da República, Barbosa de Melo, mas nós continuamos a protestar. Sim porque os jornalistas há uns anos atrás também protestavam a sério e sem pintar ninguém.

O mais importante de tudo é que no próximo dia 10 de Marços os eleitores portugueses não fiquem em casa e vão votar no próximo Governo de Portugal.  Isso sim é Democracia. É dignificar a revolução de Abril.

Viva a Liberdade de Expressão e o Jornalismo Livre.

E peço a um desses jovens contestatários destemidos que um destes dias se atreva a atirar-me um balde de tinta para cima. Vai ser bonita a festa pá…

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