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Domingo, Dezembro 8, 2024

Matam-nos lentamente

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Paulo Raimundo, líder do PCP, visitou esta manhã o Centra do Saúde de Marvila, em Lisboa, e confrontou-se com uma fila de dezenas de pessoas à porta. Eram oito horas. Se fosse outro político, em qualquer centro de saúde do paìs, veria algo semelhante. É pena as agendas políticas começarem tão “tarde”; se lá passasse às cinco ou seis da manhã, o panorama já era indigno. E o senhor Presidente da República deveria passar as madrugadas (é um homem que se deita tarde, diz ele) à porta destas diferentes unidades e tomaria consciência “in loco” de que as Leis Fundamentais do país não são cumpridas. Não só agora, mas há muito!

A forma como são tratados na Saúde, os mais débeis, idosos e doentes é indigno para um país que se intitula moderno, democrático e desenvolvido. Quem mais precisa é quem mais sofre. Falo da Saúde. Mas podia citar outros setores sociais.

Transscende-me um discurso que por aí prolifera de que vivemos em “socialismo”, a caminho da “venezuelização”, sob ataque cerrado ao que é privado, aos ricos, às  (grandes) empresas. Chegam ao ponto de afirmar, estarmos numa espécie de PREC – só se for para quem  não o viveu e, muito menos, sabe ao certo o que foi. E por que existiu. 

Vejo  um ataque sim, mas às pessoas comuns. Na Saúde, que é o tema deste texto. Dado que o SNS, os centros de saúde, os hospitais públicos, não têm meios técnicos, humanos e infraestruturais para dar resposta, presumo que estão a incentivar-nos  (diria, manipular-nos) para recorrermos ao privado.

Quem vive de pensões ou salário mínimos – a esmagadora maioria da população – como pode pagar serviços caríssimos no privado ou seguros de saúde que , vindos dos bancos, cheiram sempre a exploração? Só quem viva numa sociedade paralela pode negar estas evidências. 

Os jogos florais dos partidos políticos em campanha, mais não são do que mentiras despudoradas, o apoio à Banca, Vistos Gold, empresas parasitas como a TAP e companhias multinacionais, parece um PREC ao contrário ( enquanto este defendia radicalmente o proletariado contra o capital, o atual faz o contrário!)

Um Estado de cariz social tem de respeitar as pessoas e defender os mais “fracos”. Sem prejudicar quem quer que seja, obviamente.

Na Saúde pública, vemos a destruição; todos os dias um bocadinho. Cujas vítimas são os cidadãos portugueses. Não há respeito pelo melhor que o mundo tem: as pessoas

Se me dissserem que vivemos há décadas com governos caóticos, pouco respeitadores das pessoas, “facilitadores” da corrupção sistémica, eu concordo. E lamento que assim seja.

Mas falarem-me de “socialismo”, não! Porque os mais ricos estão cada vez melhor e os mais pobres, pior. Revela muito liberalismo económico junto. E, nem um nem outro, procuram equilíbrios. Defendem clientelas. Horríveis clientelas! E vão destruíndo as pessoas e instituições públicas, pouco a pouco.

Tão dramático quanto isto é olharmos em volta e não vermos vivalma que nos acuda. Que nos retire da lama em que nos atolaram..

E não vai ser fácil, enquanto o dinheiro, a ostentação e a ganância forem mais importantes do que um deus. Mas o Império Romano, assim viveu, mas caiu. O que vai dando uma réstea de esperança.

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