Galeano ensinou-me há muitos anos a pensar fora da caixa. A culpa foi de um amigo, muito amigo, daqueles que estão presentes, quando é preciso e que hoje, a pulso, se tornou “craque do comentário futebolístico” neste país à beira mar plantado, de brandos costumes e muito boa gente.
Afirmava, este autor, num dos seus muitos pensamentos, a certa altura, que “…vivemos num mundo onde o funeral importa mais do que o morto; o casamento mais do que o amor e o físico mais do que o intelecto. Vivemos numa cultura de embalagem que despreza o conteúdo.”
É a interpretação perfeita para os tempos que correm, acelerados pela tecnologia onde qualquer um tira partido da embalagem, mesmo que esta… esteja vazia. Confesso o meu pecado original, há mais ou menos 10 anos, ter entendido que a melhor solução para o país seria Marcelo, a Presidente. Enganei-me e peço desculpa a todos.
Não votei em Marcelo, no segundo mandato, mas cometi um erro de apreciação, no primeiro. Nem imaginava, nem suspeitava que este Ser, aparentemente, inteligente se tornaria no mais banal e corriqueiro político do seculo XXI. Igual, na perfeição, a qualquer liderança de extrema direita mundial. Faltou “pegar na motosserra” e deixar crescer as patilhas como o recém-eleito presidente “rokeiro” da argentina.
Depois da sua eleição, percebi que se tornou banal e corriqueiro Marsel(o)fie onde, provavelmente, serei o único em Portugal, que ainda não se dignou aparecer a sorrir junto desta embalagem completamente inócua e vazia. Escrevi a Marcelo Rebelo de Sousa, imensas vezes, para o seu email pessoal, colocando-lhe questões várias que sempre tiveram resposta do Presidente ou de quem lhe geria o email pessoal. No primeiro mandato sempre respondeu aos meus emails. No segundo mandato nem uma resposta o Sr. Presidente se dignou enviar às várias questões de pobreza que me incomoda em Portugal, nomeadamente dos pensionistas com reformas mais baixas e dos sem-abrigo.
O email do Presidente, pessoal, era mndrs…@) e num dia, como exemplo, “segunda, 25/01/2016, 14:17h” enviei o email “Caro Presidente, Obrigado .. espero que faça um excelente mandato. Parabéns e saúde”. Resposta do Presidente “Marcelo Sousa 25/01/2016, 15:09 “Bem-haja! MRS”. A regularidade no contacto com o Presidente era semanal e a sua abordagem teria sempre, a resposta cordial.
Ora, serve para comprovar, que em tempo algum meti “cunhas” ao Presidente, muito menos o contactei através de familiar, nem que fosse o tal “Doutor” … Se este Presidente mostrou disponibilidade a mais para todos, todos, todos… percebemos que o mesmo, não tem a confiança dos portugueses para continuar, hoje, dia 4 de dezembro, as 19 horas.
Quatro milhões de euros é uma cunha demasiado valiosa para deixar passar em claro, quando 1,7 milhões de pensionistas passam dificuldades, quando mais de metade dos portugueses não conseguem aquecer a sua casa no Inverno. O Senhor Presidente falhou na abordagem dos temas como os sem-abrigo, mostrando-se “ansioso” por ficar na história, do país, como o homem que dissolveu uma maioria absoluta e vai afinal, ficar na história desse mesmo país, colada à sua pele, como o Presidente da maior “cunha” alguma vez sentida em Portugal: 4 milhões de favorecimento – conseguiu suplantar a TAP, a EFACEC e muitas outras empresas que existem e tem história em Portugal.
O senhor Presidente só tem um caminho demita-se, demita-se, demita-se porque enganou quem votou em si e as sondagens não vão deixar de lhe mostrar que está a mais. É um fracasso político no nosso país; demonstrou, ao dar a conferencia de imprensa que mais novidades se saberá.
Enviarei este texto para o seu email. Pessoal. Adeus, sem saudades.
Doutorado em Ciências da Informação (Sistemas e Tecnologias). Autor do Livro: Governação e Smart Cities, editado em 2019. Docente na Atlântico Business Scholl. (Facebook/Insta/email): Amaro F. Correia(1@gmail.com)
Docente na Atlântico Business School/Doutorado em Ciências da Informação/ Autor do livro ” Governação e Smart Cities”
