O Cidadão (OC): Podes apresentar-te aos nossos leitores?
Maria Vegas (MV): Este é o alterego de Manuela Marques, e esta é a sua primeira incursão no panorama musical. Nascida no Porto, com uma mente inquieta e criativa, desbravou o seu caminho pelo mundo das artes, que começa na sua formação académica e hoje apresenta-se com valências multdisciplinares e um percurso de vida, profissional e pessoal, cheio de histórias para contar. São histórias que escreve e compõe com a mesma atitude provocadora com que encara a vida, nunca se contentando com o banal. Desconfigurar e romper o paradigma da sociedade de que não se começa uma carreira aos 40 ou que só se perseguem sonhos aos 20 está profundamente materializado nesta obra.
OC: Como surgiu a música na tua vida?
MV: Desde criança que me lembro de cantar. A cada Festival da Canção aprendia as músicas todas e dava espetáculos para a família, muitas vezes cobrava, sempre tive veia de comerciante (Risos). Sou natural da Maia e, muito pequena, já fazia parte dos Pequenos Cantores da Maia, era solista. Depois passei para o Orfeão e os meus amigos tinham todos bandas e andavam no Conservatório. Adorava tudo aquilo, mas quando entrei para a
Faculdade de Belas Artes do Porto, desliguei-me da música, porque tornei-me pretensiosa e já não achava cool as coisas que realmente me davam alegria. O meu percurso profissional foi sempre artístico mas bastante corporativo e a vida fez-me esquecer da música. Ou melhor adormecer para ela. Aos 38 anos tive uma embolia pulmonar grave, há 4 anos, e quase morri. Só que não, e resolvi perseguir todos os meus sonhos. O maior era a música. Comecei a compor desenfreadamente, as letras e músicas são minhas, e tive a sorte de nesse processo me cruzar com o Paulo Furtado (The Legendary Tigerman) e de ter a honra de ele ter tido a vontade de trabalharmos juntos. E assim nasci para a indústria da música como Maria Vegas.
OC: Como escolheste o nome artístico?
MV: Escolhi metade! (Sorrisos) Eu escrevo poemas em espanhol e durante algum tempo fui desavergonhada ao lê-los nas minhas redes sociais. Digo assim porque gosto do facto de não ter vergonha de declamar, ou cantar, o que escrevo. Neste caso, falava em espanhol, e um grande amigo meu disse-me que quando me ouvia, eu parecia uma personagem saída da Casa de Papel, tipo narradora sexy. Ao que eu lhe respondi que se fosse uma personagem era a Vegas. Las Vegas. E comecei a assinar assim. Quando pensei no meu stage name, queria muito que fosse Vegas, mas tanto o meu produtor como a equipa de comunicação não estavam on board a 100%. Então casei-lhe o Maria, porque é o meu primeiro nome, e todas as mulheres o são um bocadinho.
OC: Se tivesses de escolher um “rótulo” definindo o teu estilo musical, qual seria? Ou entendes não será possível?
MV: Acho que me é permitido inventar um bocadinho e definir-me-ia como Cine-Retro-Indie. Tanto o meu imaginário sonhador como a produção do disco têm uma grande influência dos anos 90, pela sonoridade e até pela vertente melódica um tanto ou quanto cinematográfica.
OC: Onde e como divulgas o teu trabalho?
MV: Neste momento lancei os meus dois primeiros singles (Not Your Song e Ocean), o álbum verá a luz do dia mais para o meio do ano. Os singles estão disponíveis em todas as plataformas digitais e estou a planear as primeiras apresentações ao vivo. Em breve divulgarei nas minhas redes sociais.
OC: Uma pergunta em jeito de “provocação”: se tivesses de escolher apenas uma música que te definisse e apresentasse, qual a música que escolherias?
MV: Fácil. Wicked Game, Chris Isaak.
OC: Quais os teus planos para o futuro?
MV: World Tour! (Sorrisos)
Pode ouvir o tema “Ocean” aqui: https://www.youtube.com/watch?v=sghzkexTKos
Técnico de Turismo