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Sábado, Dezembro 14, 2024

Marcelo merece – Por Susana Pinto

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Susana Pinto
Susana Pinto
Professora de Português e Alemão

Quando, em 2016, Marcelo entrou na mais prestigiada instituição do nosso país, escolheu, consciente ou inconscientemente, adotar uma postura contrária à distância e à dignidade que o cargo de Presidente de todos os portugueses lhe impunha.
Hoje, paga por isso!

A sociedade estava encrespada e era preciso trazer a calma de novo ao seio dos portugueses.
Em nome da estabilidade, Marcelo tornou-se no apoiante número um do Governo da Gerigonça.
Fez esquecer os contornos que moldaram a criação do primeiro Governo de António Costa, silenciando e ridicularizando as vozes que, aqui e ali, se faziam ouvir.
Inspiração nórdica, explicariam os cultos aos ingénuos, que, boquiabertos, assistiam à deturpação do seu sentido de voto.

Revoltados, ficaram aqueles que, pensando poder escolher o Chefe de Governo, descobririam que apenas escolhem a composição da Assembleia da República.
Não seria fácil aceitar esta novidade.
Voluntarioso, Marcelo assumiu o duplo papel de calar os indignados e patrocinar a ação governativa socialista.
Assumiu a defesa de tudo o que era feito pelo Executivo – fosse bom ou mau – e tornou-se o seu maior ativo.

Apoiou, portanto, até à exaustão, um Governo incompetente (recorde-se o seu papel nos incêndios de 2017, atestando o bom desempenho do Governo); e, não satisfeito com essa função que não lhe cabia, decidiu simultaneamente, não deixar espaço para a oposição fazer o seu papel, promovendo um enorme vazio na Democracia Portuguesa.
Hoje, isolado, paga por isso.

Pergunto como é possível a alguém que, nascendo nos corredores da Política, como foi o caso do nosso atual PR, não conseguir ver que um país democrático é aquele onde todos têm lugar e onde não se deve alienar ninguém, sob pena de provocar danos difíceis de reparar.

Ao desprezar a majestade do seu cargo, Marcelo foi, de forma espontânea e desobrigada, uma peça-chave na Governação de António Costa, promovendo simultaneamente o PS à hegemonia e o PSD à irrelevância.
Hoje, paga por isso!
Os irrelevantes ignoram-no e os hegemónicos acusam-no.

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