Mamã…
Mamã, está tudo tão cinzento
Não há sorrisos, risos e gargalhadas
O sentido de humor está mudo
Não há telepatia do bom viver
Do rirmos de nós próprias
Das nossas tão nossas tollices
Do ronco espontâneo
Da dor de barriga
Do não conseguir parar
Por tão contagiante ser
E bastava o trocar de um olhar
Que nos lia as almas
E era tão bom
Tão verdadeiro
Oxalá que a brancura
Invada este pobre mundo
De queixumes
De calculismo
De falsidade
Não há claridade
Não existem mais as tuas
Só tuas – sábias palavras
E que a alegria apareça
E que eu me sinta abraçada
Porque perante o obscuro
Só uma luz que brilhe
Faz da saudade
Que me embala
Uma suportável realidade.
Psicóloga Clínica e Organizacional