Na Quarta-feira, 20 de junho, de 2024, a Associação Natureza Portugal, ligada ao World Wide Fund for Nature (ANP|WWF) celebrou um marco histórico na conservação da natureza: o lince-ibérico (Lynx pardinus) passou de “em perigo” para “vulnerável” na “Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas”, da International Union for Conservation of Nature (IUCN). Este avanço é o resultado de mais de duas décadas de trabalho árduo por parte de mais de 20 organizações, incluindo a WWF.
Os censos populacionais mais recentes, publicados pelo Grupo de Trabalho do Lince-Ibérico, revelam que a população desta espécie ultrapassou os 2 mil exemplares, um crescimento de 21% face a 2022. Este é o maior número registado desde o início do seguimento pormenorizado das populações, refletindo o sucesso das políticas e boas práticas de conservação implementadas.
Vasco da Silva, Coordenador de Florestas e Biodiversidade da ANP|WWF, sublinha a importância deste progresso: “Esta é uma excelente notícia para todas as pessoas e organizações que têm feito parte deste sucesso mundial de conservação. Na ANP|WWF estamos orgulhosos de ter apoiado o lince-ibérico, demonstrando que com trabalho conjunto, multidisciplinar e intergovernamental, é possível recuperar espécies ameaçadas.”
Os esforços de conservação incluem a reprodução em cativeiro, o aumento da população de coelho-bravo (principal presa do lince) e medidas para prevenir a caça furtiva e atropelamentos. A recuperação do montado, através de soluções baseadas na Natureza, tem sido crucial para garantir o habitat adequado.
Apesar do progresso, Vasco da Silva alerta: “Sabemos que estamos a meio caminho e continuaremos a trabalhar para garantir a recuperação definitiva do lince-ibérico. Temos de nos concentrar no restauro da natureza, aumentar a disponibilidade de alimento, acabar com a caça ilegal e expandir territórios.”
Este avanço notável aproxima o lince-ibérico dos objetivos de atingir 750 fêmeas e 3000-3500 exemplares, condição necessária para considerar a espécie completamente recuperada.
Edição: Rui Paulo Costa e Filipe C. Arrais
