No mundo do trabalho, o idadismo está cada vez mais na ordem do dia.
A discriminação, em função da idade, pode tocar qualquer um/a, mas é frequente nos mais velhos. O Idadismo inclui preconceitos, estereótipos, discriminação com base na sua idade.
Estamos na década do Envelhecimento Saudável (2021 – 2030) a OMS (Organização Mundial de Saúde) desenvolveu, há tempos, uma campanha, a nível global, de combate ao Idadismo. No futuro, o objetivo é prosseguir a aposta na Educação/Formação, não só a nível educativo/formativo, mas, também, dentro das Organizações. Deverá ser criado um selo anti-idadismo, que mencione e distinga as boas práticas.
Longe vai o tempo do emprego para a vida, ao longo dela podemos ter várias profissões. A formação, ao longo da vida, é uma necessidade. Por razões de desenvolvimento pessoal, tecnológicas, para subir no elevador social, precisamos de adquirir novas competências/qualificações.
Temos pessoas que, depois dos 50 ou mais anos, entram, pela primeira vez, na Universidade, querem adquirir novos conhecimentos e evoluir, intelectualmente. É legítimo, saudável e louvável que o façam.
O mundo do trabalho pode comportar várias gerações. Por diversas razões, temos muitos reformados a trabalhar. As questões económicas/financeiras têm, sem sombra de dúvida, um grande peso, as baixas reformas, mas, também o sentido da utilidade, do saber fazer, da experiência, entre outros aspetos a considerar.
Recordo-me de ter visto, há uns anos, o filme “O Estagiário”, com Robert de Niro. Desempenhava o papel de estagiário, já com uma idade considerável.
Nas empresas/Instituições, grosso modo, correm duas teses, atingiste a idade legal da reforma, “adeus, vai gozar a reforma” e outra que concilia o saber adquirido, inovando, aproveita a pessoa, com mais idade, adapta funções e responsabilidades. Sou defensor desta tese, pois possibilita uma cultura intergeracional. Bem trabalhada, pode ser uma mais valia para todas as partes interessadas e a Organização em causa poderá sair ganhadora. O desafio é aproveitar os conhecimentos, experiências e construir equipas motivadas… Pode recorrer-se ao Teletrabalho, menos dias de trabalho, etc… Cada profissão, cada caso, deverão ser tratados em concreto, sem receitas e cada Organização saberá implementar e desenvolver o “seu modelo” organizativo.
A idade legal de reforma, atualmente, está nos 66 anos e 4 meses, sabemos que passará para 66 anos e 7 meses, em 2025 e a tendência é de subida. Ser um Sénior, ativo e saudável também passa pelas empresas. Estas têm uma responsabilidade social e, concretamente com os seus trabalhadores. Na gíria, é comum ouvir-se – “ quem me comeu a carne, que me coma os ossos”, o equilíbrio das partes, a empresarial e a trabalhadora, é essencial. O diálogo, as negociações são importantes. Claro que a responsabilidade do Estado não pode ser descartada, afinal este arcará com mais despesas, no caso de doenças precoces ou naturais.
Que as Organizações tenham a arte e o engenho de saberem criar e desenvolver os seus modelos Organizativos.

Técnico de Formação Profissional