Invadiu os lares das famílias brancas de classe média, via rádio e TV. O mundo nunca mais seria o mesmo e a reação conservadora não conseguiu parar o rock’n’roll. Alguns nomes são primordiais no desenrolar dos anos 50: Buddy Holly, Johnny Cash, Jerry Lee Lewis, Little Richard, Chuck Berry e Elvis Presley.
Buddy Holly, sobre ele, o compositor Don Mclean escreveu a canção “O dia em que a música morreu”, sobre o acidente de viação de Holly, que foi um tremendo sucesso comercial e que lhe retirou a vida tão precocemente. De origem texana, era um dos maiores talentos da sua geração e curiosamente tornou-se mais popular em Inglaterra do que nos Estados Unidos. A sua sonoridade influenciou os Beatles e os Rolling Stones, por exemplo.
Johnny Cash, embora de enorme influência do country, Cash despontou em 1957, curiosamente no mesmo ano em que os “roqueiros” Chuck Berry, Jerry Lee Lewis e Litlle Richards se tornaram famosos. O filme “Johnny e June” de 2005, espelha bem o que acabo de afirmar. Na música de Cash, as letras têm uma importância muito marcante, já que mostram o lado mais sombrio da natureza humana. Talvez por essa razão, tenha sido o primeiro a fazer atuações para presidiários. O álbum “Live at Folsom Prison”, gravado em 1968, precisamente na penitenciária da Califórnia, tornou-se uma das obras mais célebres da sua discografia. No ano da sua morte, 2003, criou uma nova versão para a música “Hurt” da banda Nine Inch Nails.
Jerry Lee Lewis, influenciado pela música caipira que sempre esteve presente no seu repertório, foi a forma frenética e ousada como o seu piano abraçava o boogie-woogie que o deu a conhecer ao mundo. As suas músicas possuíam um andamento frenético acompanhadas por uma forma endiabrada de se apresentar em palco (que incluía o piano em chamas…). O seu casamento com uma prima de apenas 13 anos de idade, se transformou num escândalo nacional nos Estados Unidos.
Litlle Richard, ficou sempre “comprimido” entre dois mundos. Por um lado os brancos racistas ele representava o “demónio negro” que transportava essa energia sexual que ameaçava a estrutura familiar conservadora, para as comunidades afro-americanas, principalmente os grupos religiosos, era uma figura degenerada e efeminada que se tinha “vendido” às comunidades brancas. Nas suas atuações, seguindo um pouco o exemplo de Jerry Lee Lewis, martelava e pulava no piano, enquanto a sua forma de cantar se tornava mais em gritos e sons ruidosos. Sempre saltitando entre a música de igreja e o rock, deu grandes canções ao mundo, onde ressalvo uma das mais conhecidas canções – “Tutti Frutti”.
Chuck Berry, muito pouco sociável, mesmo quando Keith Richards (Rolling Stones), organizou a comemoração dos seus sessenta anos, foi sempre muito indisciplinado. Chegava com a sua guitarra, não ensaiava e a banda que viesse atrás… Ao mesmo tempo, foi graças a ele que a guitarra se tornou um símbolo para a geração jovem. Foram muitos os guitarristas que o seguiram: Keith Richards, Eric Clapton, Jimi Hendrix, Steve Ray Vaughan, etc…
Foi também o compositor mais prolífero do rock dos anos 50. Canções com “Roll Over Beethoven”, “Johnny B. Good” “Maybelline”, foram interpretadas por: Beatles, Peter Tosh e até Simon and Garfunkel.
Elvis Presley, e agora chegou a altura de apresentar o nome mais conhecido mundialmente, provavelmente por ser o primeiro branco a tocar “rock’n’roll”…
Considerado um semideus da música pop americana, fica para a história o Elvis de Las Vegas, nadando em sandwiches com pasta de amendoim. O rapaz loiro do Mississippi, que em determinada altura passou a pintar o cabelo de preto e que se mudara para Memphis. A sua forma de tocar blues em estilo country e a sua forma de dançar sensual cedo atraiu as garotas… Com ajuda der Tom Parker, o repertório foi mais orientado para as comunidades brancas, tornando um cantor mais romântico ao estilo de Dean Martin. Um dos seus temas mais conhecidos “It’s Now or Never” é uma versão da canção napolitana “O Sole Mio”. A sua participaçã como ator em muito aumentou o seu sucesso e em 1968 com o seu programa de TV “NBC Special”, bate recordes de audiência. O seu disco “From Elvis in Memphis” atinge vendas incalculáveis com as canções como “In the Ghetto”.
Curiosamente depois de infindáveis digressões nos anos 70, vê o seu show como o primeiro a ser transmitido via satélite.
Músico/Colaborador