O arranque da nova rede UNIR tem sido, sem dúvida, uma verdadeira vergonha. Ao invés de unir as pessoas de forma positiva, como o nome sugere, a experiência tem sido marcada por desagrado e revolta. Em todas as paragens, ecoam queixas e nas conversas dentro dos autocarros, o descontentamento é evidente. Parece que a promessa de uma melhoria nos serviços de transporte público está longe de se concretizar.
O que se observa diariamente é um cenário caótico, onde os utilizadores expressam frustração ao verem as suas expectativas defraudadas. Pagam pelos passes com a expectativa de um serviço eficiente, mas muitas vezes são forçados a recorrer a táxis ou “Ubers” para evitar atrasos nos compromissos diários. O incumprimento dos horários estabelecidos tornou-se uma norma, e as histórias de pessoas que ficam à espera por mais de uma ou duas horas nas paragens são cada vez mais frequentes. A redução drástica nos horários, que deveria trazer melhorias, acabou por agravar a situação. Os compromissos diários, como ir para o trabalho, tornaram-se verdadeiros desafios. Agora, mais do que nunca, as pessoas veem-se obrigadas a adivinhar a que horas os autocarros vão passar, já que os horários estabelecidos não são respeitados.
Esta incerteza tem gerado stress e insegurança entre os utentes, algo que vai contra o propósito fundamental de um serviço de transporte público. É compreensível que mudanças sejam implementadas para otimizar os serviços, mas a abordagem adotada pela UNIR parece ter ignorado as necessidades reais da população. Manter os horários anteriores e, se necessário, acrescentar novos horários, como inicialmente prometido, poderia ter sido uma solução mais sensata. Em vez disso, a redução significativa dos horários apenas contribuiu para agravar a situação.
A esperança reside agora na capacidade da UNIR em ouvir as queixas legítimas dos utentes e reagir de forma proativa. É crucial que a empresa reavalie os horários à luz das necessidades reais da comunidade, garantindo um serviço que seja verdadeiramente útil e eficiente. A falta de resposta a estas preocupações pode resultar em mais do que descontentamento – pode significar a perda da confiança de uma comunidade que depende do transporte público para as suas deslocações diárias.
Mestre em Relações Internacionais