Os organizadores do Festival, que se realiza entre 23 de setembro e 07 de outubro, celebraram um protocolo com várias juntas de freguesia, a fim de descentralizar o festival e cativar novos públicos.
“Concretizamos um sonho antigo, promovendo a democratização da Arte e da Cultura. Não podemos estar a lutar contra a centralização de Lisboa e Porto e não promover uma descentralização local, levando o teatro a mais gente no concelho”, disse Eduardo Faria, líder do Varazim-Teatro, coletividade que organiza o festival.
A medida foi recebida com entusiasmo pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, parceira essencial do Varazim-Teatro e do “É-Aqui-In-Ócio”, que viu a iniciativa como mais uma declaração de resiliência do festival.
“É uma excelente forma para o festival atingir novos públicos. Também é preciso ir à procura das pessoas e dar-lhe algo novo para experimentarem. Tenho certeza de que vamos ganhar novos apreciadores de teatro. É muito positivo que as populações das freguesias também possam ter eventos destes ”, disse Luís Diamantino, vereador da Cultura da autarquia Poveira.
Além desta vertente abrangente, o “É-Aqui-In-Ócio” continua a apostar na inclusão, com a maioria dos espetáculos a terem sessões com interprete de língua gestual e também com áudio-descrição, numa medida que a organização espera, já nas próximas edições, alargar a todos os espetáculos.
Além das 14 apresentações teatrais, de companhias portuguesas e espanholas, que abrangem um público infanto-juvenil e adulto; o evento terá, ainda, mesas de debate, sessões de cinema e concertos, numa programação que contempla atividades quase todos os dias.
O palco central será o Cine-Teatro Garrett, no centro da Póvoa de Varzim, mas haverá espetáculos nas ruas da cidade e também nas freguesias da Argivai, Beiriz, Amorim, Terroso e Aver-o-Mar.
Concorrer aos apoios
Com um orçamento a rondar os 100 mil euros, o Festival receberá um apoio de 55 mil euros, por parte da Direção-geral das Artes (DG Artes).
Este apoio tornou-se vital para a Varazim-Teatro manter os espetáculos, e, de certa forma, a sua atividade, já que, este ano, ficou fora do apoio sustentado de programação da DG Artes.
“Apesar de sermos uma estrutura de atividade continuada tivemos, desta vez, que concorrer a um apoio a projeto. Não é o melhor sistema, mas não podíamos deixar morrer o festival. Estamos muito gratos e contentes com este apoio, mas solidarizamo-nos com outros projetos, nomeadamente de jovens emergentes, que não receberam”, disse Eduardo Faria.
O responsável apontou que “o país devia refletir sobre a atribuição destes apoios”, lembrando que se trata “de um investimento na cultura, mas também social e na economia local”.
O Cidadão/Lusa