Os especialistas mostram preocupação com o ambiente digital, lembrando que cerca de 80% das infrações detetadas foram no ‘online’, e sugerem melhorar “o enquadramento legal português de modo a permitir regular as estratégias de marketing dos criadores de conteúdo digital (“influenciadores”)”.
“É um dos desafios que Portugal tem, e que outros países também têm, neste momento, porque, de facto, o ambiente digital é difícil de controlar e de fiscalizar e nós não temos provavelmente as ferramentas adequadas para o efeito”, admitiu a diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde (DGS), Maria João Gregório.
Conta que já foi testada uma ferramenta que utiliza a inteligência artificial para poder identificar quais os anúncios aos quais as crianças estão expostas quando navegam em diferentes plataformas em redes sociais, mas apenas como estudo piloto, e recorda que estas aplicações “têm um conjunto de desafios, nomeadamente relacionados com as questões da proteção de dados”.
Para tentar encontrar soluções, a responsável explica que Portugal tem trabalhado em articulação com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem vindo ao longo dos últimos anos a desenvolver novas ferramentas e aplicações para ajudar os Estados Membros a fazerem esta monitorização.
Maria João Gregório recorda ainda que “o marketing digital não tem fronteiras” e reconhece que “é difícil, em plataformas que não estão sediadas no nosso país, conseguir fazer cumprir a legislação nacional”.
Quanto aos “influencers”, diz que está a ser elaborado um manual de boas práticas, em conjunto com a Direção-Geral do Consumidor (DGC).
OC/Lusa






