Embrião
Aquando do nosso nascimento
Empreendemos a mais longa viagem
Abrindo os olhos para acolher o mundo
Acompanhados do nosso primeiro choro
Desconhecendo o sagrado e o profano
Desnovelando na alcofa do tempo.
Entregamo-nos a loucuras
Versejando poemas na juventude
Sem o intrépido tempo clamar
Esvoaçando no céu das nossas tenras idades.
A vida vai seguindo
Somos como peças de xadrez
De um qualquer tabuleiro
À espera de serem movidas
De acordo com os cenários que vão surgindo.
Por vezes os olhos choram
Lampejos vermelhos de dor
Disputando lutas interiores
Reclamando como virgens ofendidas
Como se a vida fosse apenas um desenho
Desenhada de forma linear.
Não queiramos ser peões
Sejamos reis e rainhas
Do nosso tabuleiro
Que se movam as peças
No palco da nossa vida!

Poetisa e Professora