MUSEU DE DERMATOLOGIA PORTUGUESA
Foi criado em 1955 por decisão de Caeiro Carrasco, diretor do Serviço de Dermatologia do Hospital dos Capuchos, com dois propósitos: homenagear Luís Alberto de Sá Penella (reputado médico dermatologista) e preservar a coleção de figuras de cera que refletem as mais variadas doenças da pele.
A exposição conta com mais de 250 moldes de cera (máscaras), elaborados a partir da aplicação direta de gesso nos rostos de doentes que chegavam aos hospitais. Os moldes eram depois aperfeiçoados e pintados (acrescentando-se cabelos naturais, pelos e olhos artificiais), de maneira a visualizar-se a aparência de lesões e de doenças cutâneas. Gomas sifilíticas, tuberculose cutânea e alterações dermatológicas resultantes do uso de arsénio inorgânico são algumas das condições patológicas (muitas delas já extintas ou muito raras) reproduzidas com um realismo assustador.
O Museu de Dermatologia Portuguesa está instalado no Salão Nobre do Hospital dos Capuchos, em Lisboa, perto do Jardim do Torel. As visitas podem ser realizadas às quartas-feiras, entre as 10:00 e as 12:30 e das 14:00 às 17:00.
MUSEU DA POLÍCIA JUDICIÁRIA
Encontra-se instalado na Quinta do Bom Sucesso, em Loures, e as visitas são feitas apenas por marcação prévia. O espólio do Museu da Polícia Judiciária inclui armas, obras de arte falsificadas, dinheiro falso, retratos de criminosos que aterrorizaram Portugal (desde “o campeão” ao “lampião Amorim”, as alcunhas que lhes foram atribuídas) e até a faca utilizada pelo padre espanhol Juan Krohn quando, em 1982, tentou assassinar João Paulo II, no santuário de Fátima.
São mais de 6 mil objetos expostos, muitos deles apreendidos ao longo das últimas décadas, assim como equipamento policial antiquado. Existe também uma cela subterrânea que, acredita-se, terá servido para raptos pelas Forças Populares 25 de Abril (FP-25).
O negativo da fotografia policial do poeta Mário de Sá-Carneiro, uma cadeira com alegadas propriedades curativas idealizada por um burlão e peças de arte sacra furtadas (há, por exemplo, uma imagem de Santo António avaliada em cerca de 12 mil euros), que não foram devolvidas por se desconhecerem a identidade dos respetivos proprietários, podem ser observados no Museu da Polícia Judiciária.
A CASA MAIS ANTIGA DE LISBOA
Tem mais de 500 anos, situa-se no bairro de Alfama e resistiu ao terramoto de 1755. Embora outros edifícios tenham escapado à catástrofe, acabaram por ser demolidos, dando lugar a empreendimentos de maior envergadura. A casa mais antiga de Lisboa, de 2 andares, assume-se como uma verdadeira relíquia a céu aberto. O edifício fica perto das Escadinhas de São Tomé.
A solidez dos alicerces e a reduzida dimensão da habitação terão sido decisivos para a resistência ao enorme abalo de 1755. Embora a casa tenha sido alvo de uma cuidada manutenção ao longo dos tempos, a fachada conserva um painel de azulejos (com desenho de um altar contornado por dois anjos) que remonta ao século passado, de estilo seiscentista.
A protuberância do primeiro andar (o andar de cima é mais alongado do que o rés-do-chão) é um dos aspetos que salta à vista – e que, de resto, era uma característica típica das casas seculares que faziam parte dos bairros lisboetas. Para contemplar a casa mais antiga de Lisboa não se paga bilhete. Basta apanhar bom tempo e seguir em direção à Rua dos Cegos.
CASA DO ALENTEJO
A cultura alentejana está bem viva e recomenda-se. Quem passa pela fachada da Casa do Alentejo, na Rua de Santo Antão (perto do Coliseu dos Recreios), jamais imagina o que esconde o interior deste edifício emblemático. Está instalado num palácio que, presume-se, foi construído em finais do século XVII e foi alvo de uma reestruturação profunda.
Além acolher diversas iniciativas culturais (lançamentos de livros, bailes, espetáculos musicais), a Casa do Alentejo dispõe de uma “biblioteca social” (há jornais e livros para consulta livre), de um restaurante que ocupa duas salas ornamentadas com painéis antigos (da ementa destacam-se a açorda alentejana com ovo escalfado, o bacalhau frito com migas de grão e o arroz de borrego com cogumelos) e até de uma taberna com esplanada. Petiscos regionais, tertúlias e música tradicional integram o cardápio.
O pátio de inspiração árabe e a vegetação tropical que rodeia os diferentes espaços fazem-nos transportar para outras geografias. Na Casa do Alentejo, as vistas enriquecem-nos a alma e a gastronomia aconchega-nos o estômago.
Jornalista