A Confraria promete contribuir para promover este recurso do património natural e cultural nacional, bem como medidas de produção sustentável e de preservação e conservação de espécies.

Anabela Marisa Azul, investigadora na Universidade de Coimbra (UC), uma das fundadoras da Confraria, explica que “promover os cogumelos na alimentação é uma forma de proteger os nossos recursos silvestres e seus territórios, e de projetar o país para a inovação na produção de alimentos do futuro.” A Confraria inclui nos seus objetivos dinamizar a investigação e inovação e estabelecer parcerias e dinâmicas em várias vertentes.
A confraria pretende divulgar a gastronomia dos cogumelos e trufas enquanto componentes da dieta mediterrânica, valorizando-os como fator indutor para uma maior atividade económica e turística, aliando a alimentação saudável, produção sustentável e objectivos da biodiversidade. “O nosso lema é amar os cogumelos, e o reino dos fungos, a natureza no seu esplendor, a boa saúde, a amizade, a fraternidade e a liberdade”, revela Augusto Nogueira, outro fundador.
A Confraria tem entre os objectivos, estabelecer ligações com produtores, agentes económicos, entidades públicas e privadas de âmbito local, regional, nacional e internacional, outras confrarias, suas Federações e Confederações. “Consideramos que deve haver uma aposta numa cadeia de valor integrada, baseada em práticas sustentáveis de micosilvicultura e cultivo de cogumelos”, defende Ricardo Torres, empresário, também fundador.
A ideia de criar a Confraria nasceu durante o seminário Cogumelos do ‘Prado ao Prato‘ realizado em novembro passado, no Grande Hotel do Luso. Este seminário teve como objetivo refletir sobre a produção de cogumelos e de substratos em Portugal, a interação com o sector florestal e agrícola, e a inclusão dos cogumelos na dieta mediterrânica. O projeto «Cogumelos do ‘Prado ao Prato’: do tratamento de doenças do metabolismo a dieta saudável sustentável a partir da valorização de recursos agroflorestais», liderado pela investigadora Anabela Marisa Azul, foi financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito da iniciativa Alimentação Sustentável da Agenda de Inovação para a Agricultura 2020-2030.
As insígnias da Confraria incluem a capa com o micélio, que simboliza a força, a sabedoria e a cooperação, o chapéu cogumelo, com variedades, que simboliza a beleza. “Estamos a definir o emblema e o estandarte, que reforçará esta nossa ligação com os fungos e a natureza”, refere Anabela Marisa Azul.
