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Sábado, Dezembro 14, 2024

Como quatro cientistas formaram a banda “Tricycles”

Continuando a senda de divulgação de bandas nacionais, sob a forma de pequenas entrevistas - as "Curtas", dedicamos este espaço aos "Tricycles".

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Joaquim Marques
Joaquim Marques
Técnico de Turismo

Oriundos de Lisboa, a banda, ao contrário do que se poderia imaginar devido ao seu nome, é constituída por 4 elementos. Uma ironia explicada nesta entrevista.

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Os Tricycles

OC: Podem fazer uma breve apresentação da banda aos nossos leitores?

Trycicles(TRC): Nós somos quatro. O João Taborda toca teclas e guitarra acústica, o Afonso Almeida toca guitarra elétrica, o Sérgio Dias é o baterista e o Tiago Narciso é o baixista.

O João é o vocalista principal na maior parte das músicas, mas noutras é o Afonso. São eles os dois quem tem um percurso musical mais longo.

O João tocou muitos anos com o artista plástico e vocalista António Olaio (numa banda com um nome óbvio: António Olaio & João Taborda) e o Afonso esteve na génese dos Cosmic City Blues e mais tarde dos Sequoia.

Há uma história engraçada: o Afonso deu a primeira nota jamais ouvida no Festival Paredes de Coura, quando os Cosmic abriram a primeira edição do festival.

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Os Tricycles

OC: Como surgiu a banda? Como se conheceram…

TRC: A banda surgiu de um grupo de amigos que, para além da música, partilhavam o facto de trabalharem juntos, como cientistas num instituto de investigação biomédica. Na altura, o Edgar Gomes era o baixista (antes da pandemia o levar a desistir da banda e ser substituído pelo Tiago, que é marido de uma cientista também). Há, portanto, esse ponto de união. O Afonso e o João conhecem-se há muito anos (inclusive o Afonso tocou ao vivo no projecto António Olaio & João Taborda durante vários anos). Houve uma altura em que experimentaram fazer música juntos e a coisa correu bastante bem. Para não formarem uma banda que se chamasse Afonso Almeida & João Taborda, decidiram convidar o Sérgio e o Edgar para se juntarem a eles. Quando o Edgar saiu, o Tiago identificou-se com a nossa música e integrou-se muito bem.

OC: Como escolheram o vosso nome?

TRC:Foi a beber cerveja num restaurante qualquer. Tentámos muitos nomes e havia sempre qualquer coisa que desagradava a pelo menos um de nós. Quando surgiu o nome Tricycles foi o único que não desagravada totalmente a ninguém (embora o Edgar não adorasse) e por isso ficou. Para além disso, tinha alguma piada, por sermos quatro e não três. E também porque um triciclo acaba sempre por ir em frente, mesmo que devagar. No nome está implícita uma ideia, de não ter pressa para se chegar onde queremos, que nos agrada. O que importa é o percurso.

 OC: Se tivessem de escolher um “rótulo” definindo o vosso estilo musical, qual seria?  

TRC: O nosso som é uma amálgama de influências que cada um de nós tem, e que apenas em parte se sobrepõem. A mistura são os Tricycles. E os Tricycles são uma coisa diferente em cada música. É difícil para nós catalogarmo-nos. Não temos a mínima intenção de ter um “estilo”. Não é imaturidade. É uma opção estética. Sabemos que é mais complicado assim, porque alguém que nos ouça na rádio hoje com uma música e amanhã com outra não nos vai identificar de imediato. Facilmente poderíamos optar por nos fixarmos em parte do que somos, mas aí já não seriamos os Tricycles. Seríamos os Monocycles ou algo assim. Mas é claro que a forma como se define um estilo musical tem diferentes níveis e graus de profundidade. Portanto, podemos dizer, sem grande margem de erro, que não fazemos música clássica nem jazz. Somos uma banda de pop/rock. Se nos quiserem colocar em gavetas mais pequenas, ouçam o nosso primeiro álbum (“Tricycles”, de 2019) ou o que acabou de sair no dia 13 de novembro (“White sharks don’t eat flowers”), ambos editados pela Lux Records. Suspeitamos que iremos parar a sítios diferentes, dependendo de quem ouve.

OC: Onde e como divulgam o vosso trabalho?

TRC: Temos os dois álbuns editados de que já falámos, que deverão estar à venda em lojas da especialidade e que também podem ser ouvidos no Spotify ou na Apple Music. Para além disso, os nossos videoclips estão disponíveis no Youtube. Claro que usamos as redes sociais para divulgar o que vamos fazendo, sobretudo Facebook e também Instagram. Concertos ao vivo são aquilo que nos faz vibrar, mas a pandemia afetou-nos bastante nesse aspeto (incluindo, como dissemos, termos de mudar de baixista). Agora estamos a voltar à vida, com o lançamento do nosso segundo álbum, e com concertos de novo. O primeiro é já no dia 30 de novembro, no Village Underground, em Lisboa, para apresentar o “White sharks”.

OC: Se tivessem de escolher apenas uma música que vos definisse e apresentasse, qual a música que escolheriam?

TRC: Provavelmente teríamos de escolher quatro! Uma por cada membro dos Tricycles. Para não criar discussões, pode ser o primeiro single do novo álbum (“Old computer game”).

OC: Quais os planos para o futuro?

TRC: A curto prazo: tocar o novo álbum o mais que pudermos nos próximos tempos. Gostávamos de tocar em festivais, mas isso é mais um desejo do que um plano.

A médio prazo: começar a preparar novo álbum. Não gostamos de estar demasiado tempo no mesmo sítio.

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