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Domingo, Outubro 13, 2024

Bullying e medidas futuras: celebração do dia mundial contra este fenómeno – Por Pedro Nogueira Simões

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Pedro Nogueira Simões
Pedro Nogueira Simões
Advogado, Psicólogo e Investigador Universitário

“Vivemos num mundo onde nos escondemos para fazer amor| Enquanto a violência é praticada em plena luz do dia!”. John Lennon

Celebrou-se na passada sexta-feira o Dia Mundial de Combate ao Bullying, uma data de grande importância para conscientização e ação global contra este fenómeno que assola grupos populacionais estratégicos para uma sociedade.

Este dia pretendeu afirmar uma vez mais e unir esforços para combater este tipo de violência tão presente e significativo nos vários contextos, mas que afeta maioritariamente a população mais juvenil e as crianças.

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É nas escolas onde ocorre a maioria dos casos de Bullying Foto Mikhail Nikolov – Pexels D.R

Trata-se assim de uma oportunidade para destacar a necessidade de prevenção nos contextos sociais e escolares, apoio às vítimas e edução de um modo geral. Ao reconhecer o Dia Mundial de Combate ao Bullying, reafirmamos o nosso compromisso em criar um mundo mais seguro e acolhedor para todos, onde o respeito e a empatia prevaleçam sobre a crueldade e o sofrimento.

As estatísticas mais recentes da APAV sobre o assunto (2020 – 2022) revelam um aumento alarmante de 181% no número de casos de Bullying reportados.

Mais de metade das vítimas apoiadas tinham entre 11 e 17 anos, e os distritos mais afetados foram Lisboa, Porto e Braga. E, ainda mais preocupante em 70,9% dos casos, o ato de agressão foi em contexto escolar e o agressor era da mesma escola e da mesma turma que a vítima. Os dados também indicaram que houve predominância da violência verbal seguida da violência física.

Isto, coloca-nos numa posição de fragilidade, mas também de poder. É importante alocar recursos sociais e monetários para o combate da violência e do Bullying.

Foi também há poucos dias que se começou a discutir o Orçamento de Estado de 2024. Este indica-nos um bom caminho para 2024!

O Governo apresentou o Orçamento do Estado para 2024 e revisa a intenção do aumento do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, de 1,8% para 2,2%. A ser verdade é uma boa notícia.

No entanto, quanto á temática aqui empregue, o foco situa-se no destino de 18,2 milhões de euros para a prevenção e proteção de vítimas de violência doméstica e Bullying. Isso inclui 5,6 milhões de euros para a área da governação, 12,5 milhões de euros para o Ministério da Segurança interna e 100 mil euros para o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Por exemplo, tais programas estipulam diretrizes da prevenção do Bullying nos contextos escolares, a proteção a crianças e jovens como medida de promoção e proteção de acolhimento residencial, o fim das chamadas práticas de conversão, a promoção da igualdade local de trabalho, melhor atendimento de saúde para as pessoas LGBTI e investimento na formação prática-teórica de profissionais de saúde e órgãos de polícia que lidam com crimes de ódio.

Em continuação, e seguindo a lógica do apoio ao combate destes tipos de violência, as entidades governativas procuram assim investir na criação de materiais e campanhas de informação e sensibilização.

Como o sábio Ghandi disse: “A verdadeira medida de qualquer sociedade pode ser encontrada na maneira como trata os seus membros mais vulneráveis”, e num tom esperançoso sobre o ano 2024, estas mudanças se forem implementadas, poderão desencadear na implementação de programas de prevenção primária no contexto escolar, e contextos de vulnerabilidade e violência, bem como numa maior realização de formações multidisciplinares envolvendo diversos Ministérios.

* Este artigo teve a colaboração de Catarina Pignatelli – (Psicóloga e Investigadora)

 

 

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